AgroTimes

Nova greve dos caminhoneiros vem aí? Relembre os impactos da paralisação de 2018

11 mar 2022, 17:47 - atualizado em 11 mar 2022, 18:03
Greve dos Caminhoneiros de 2018
Esqueceu o que aconteceu na última greve dos caminhoneiros? Relembre e descubra se tudo pode acontecer de novo (Imagem: Pixabay)

O aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR3; PETR4) ontem, e que entrou em vigor nesta sexta-feira (11), reacendeu o temor de uma nova greve de caminhoneiros, como a ocorrida em 2018, ainda no governo de Michel Temer.

Por ora, as principais lideranças dos caminhoneiros preferem aguardar que os protestos contra a alta de 18,8% para a gasolina e de 25% para o diesel, nas refinarias da Petrobras, brotem de outros setores da sociedade, pois entendem que o impacto da medida recai sobre todos os brasileiros.

De qualquer modo, alguns grupos de caminhoneiros, como os cegonheiros e os que transportam combustíveis, iniciaram uma paralisação nesta manhã. Mas, até que ponto, uma nova greve pode chacoalhar a economia? Parte da resposta é lembrar o que houve em 2018.

Como foi a greve de caminhoneiros de 2018?

A greve de 2018 durou 10 dias, entre 21 e 30 de maio. No seu auge, a paralisação atingiu 24 Estados e o Distrito Federal.

O primeiro efeito foi o desabastecimento de postos de gasolina, tendo em vista que as carretas que eram destinadas a fazer o transporte dos combustíveis para os postos ficaram impedidas de sair.

Enquete: Na sua opinião, o governo deve obrigar Petrobras (PETR4) a mudar política de preços? Participe!

Isso gerou uma falta generalizada nos postos de gasolina. Segundo dados daquela época, apurados pela Fecomercio, cerca de 90% dos postos de gasolina da Bahia, Distrito Federal e em Minas Gerais ficaram desabastecidos.

Nos poucos lugares em que ainda havia combustível, o preço do litro gasolina chegou a R$ 10. Para se ter uma ideia, na época, o preço médio, antes da paralisação, era de R$ 4.

Não foram só os donos de automóveis que sofreram. O temor do desabastecimento afetou a frota do transporte público de grande cidades, como São Paulo. Na época, a prefeitura reduziu a frota de ônibus para racionar o combustível e não paralisar de vez a cidade mais rica do Brasil.

Algumas cidades, como Belo Horizonte (MG), também correram o risco de ficar sem policiamento, devido aos tanques vazios das viaturas.

Nos supermercados, os preços também dispararam, diante da dificuldade de manter a oferta de produtos. A batata foi um dos alimentos que mais subiram no período, com alta de 150%.

Podemos reviver uma greve dos caminhoneiros 2.0?

Para Paulo Feldman, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), há a possibilidade do consumidor brasileiro reviver as situações críticas de 2018.

No entanto, ele pondera que isso acontecerá caso a greve dos caminhoneiros ganhe o mesmo corpo de 2018, o que segundo ele, é um pouco difícil de acontecer.

“Não vejo que isso aconteceria, pois uma das bases de apoio ao atual governo são os caminhoneiros e, como estamos em um ano eleitoral, a base de apoio ao presidente tende a não prejudicá-lo, pois uma greve com as proporções de 2018 certamente prejudicaria muito o presidente”, explica.

Consumidor será prejudicado com ou sem greve dos caminhoneiros

Segundo o economista, caso a greve se espalhe pelo país, a tendência é de uma repetição dos mesmos transtornos de 2018. Por outro lado, se isso não acontecer, o frete vai a aumentar e, como consequência, o consumidor vai pagar a conta.

“A única alternativa que sobra para os caminhoneiros é o aumento do frete, mas isso vai ser muito ruim para o consumidor do mesmo jeito, pois todos os produtos são transportados, com isso, a inflação que já está nas alturas vai saltar mais ainda”, diz.

O que o consumidor deve fazer?

O economista enxerga uma inflação galopante, com a possibilidade do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegar a 13% no acumulado de 12 meses agora em março.

Mais cedo, dados do IBGE revelaram que o IPCA acelerou a alta a 1,01% em fevereiro, de 0,54% no primeiro mês do ano. A leitura levou a taxa acumulada em 12 meses a uma elevação de 10,54%.

Nessa linha, ele avalia que o melhor para o consumidor é tentar antecipar as compras na medida do possível, principalmente se o indivíduo não pertencer às classes mais favorecidas da sociedade.

“O consumidor mais pobre será o mais prejudicado, pois ele ganha o salário e vê a desvalorização de seu dinheiro dia após dia, por isso, ele deve antecipar as suas compras. Caso ele deixa para adquirir os produtos no final do mês, ele vai pagar mais caro”, conclui.

Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
Linkedin
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.