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O que faz a Tenda (TEND3) disparar mais de 7%, mesmo com prejuízo no 4T22?

10 mar 2023, 12:55 - atualizado em 10 mar 2023, 12:55
construtora Tenda
Ações da Tenda avançam, na contramão do setor, em meio a certo otimismo do mercado com a construtora (Foto: Tenda/Divulgação)

As ações da Tenda (TEND3) destoam das demais empresas de construção civil e chegaram a disparar mais de 7% no pregão desta sexta-feira (10). Ontem à noite, a companhia reportou redução no prejuízo líquido do quarto trimestre de 2022. Apesar disso, no consolidado do ano, o prejuízo mais do que triplicou.

Por volta das 12h40 (de Brasília), os papéis da construtora avançavam 4,5%, negociados a R$ 5,30. As principais construtoras listadas na Bolsa brasileira recuavam em viés de correção após fecharem em alta na véspera.

O head de real estate da XP, Ygor Altero, ressalta que os resultados de outubro a dezembro da Tenda foram fracos, explicados pela margem bruta ajustada mais fraca, que atingiu 15,2%, e com o prejuízo de R$ 130 milhões.

“Apesar disso, houve expansão da margem bruta, de 7,1 vezes na base anual, devido aos custos sob pressão”, comenta.

Apesar do prejuízo, geração de caixa anima

Para os analistas do Itaú BBA, Alejandro Fuchs, André Dibe e Daniel Gasparete, o destaque da Tenda foi o consumo de caixa controlado, sendo inferior ao forte consumo de caixa dos trimestres anteriores.

“No entanto, mantemos nossa abordagem cautelosa com a construtora, dado os desafios e a imprevisibilidade de um reviravolta no setor”, dizem.

Os analistas de real estate do BTG Pactual reforçam que a construtora mineira continua “muito alavancada”. Essa é a maior preocupação do banco em relação à tese de investimentos na companhia.

Entretanto, eles destacam a boa recuperação do fluxo de caixa operacional no quarto trimestre, apontando que a Tenda está recuperando a lucratividade. “O fluxo de caixa foi melhor do que o esperado, e achamos isso mais relevante para a empresa nesta fase”, reforçam.

Além disso, a equipe do BTG acrescenta que a empresa vendeu recebíveis no trimestre, somando R$ 132 milhões, o que deve reduzir o seu endividamento. Ainda assim, seguem com recomendação neutra para as ações da construtora mineira.

“Acreditamos que uma reviravolta completa levará tempo. No entanto, achamos que a empresa está tomando
passos significativos para ajustar sua estrutura de capital”, ressaltam os analistas do banco.

Tenda mira recuperação em programas habitacionais

A administração da Tenda enviou aos investidores uma mensagem de que está confiante em uma recuperação em 2023 e mira o retorno do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.

“Estamos confiantes com as melhorias dos parâmetros do programa habitacional, que tende a beneficiar famílias com renda de até R$ 2.640 por mês”, disse a mensagem da gestão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o retorno do programa no mês passado voltando a focar em subsídios para famílias de baixa renda.

Portanto, o BTG observa que a inscrição da Tenda no programa habitacional “Pode Entrar”, desenvolvido pela prefeitura de São Paulo, “poderá ser um divisor de águas para a empresa”.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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