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O que os tubarões da Bolsa sabem e você não? Cálculo revela os rastros dos “insiders”

19 out 2019, 13:01 - atualizado em 21 out 2019, 13:27
A atuação dos investidores nas semanas que antecedem as publicações de resultados dão pistas importantes (Imagem: Ralph Orlowski/Reuters)

A temporada de resultados das empresas de capital aberto chegou. Este é o momento em que os investidores podem, enfim, saber a situação real daqueles pedacinhos de empresa que possuem no bolso.

Mas como saber se as ações irão se movimentar com base nestes números? O que acontece, muitas vezes, é que estas flutuações já acontecem muito tempo antes. Afinal, a compra e venda de ativos é, para quase todo mundo, uma aposta sobre o que vai acontecer no futuro.

Seria ingênuo, contudo, acreditar que nenhuma informação do dia a dia da companhia é vazada para o público. Muitas vezes, o vaivém de mercadorias, fornecedores e funcionários deixa um rastro de informações para trás. E, claro, também há atuação dos “insiders”. Aqueles que usam estes dados de maneira criminosa.

Fica assim clara a importância de analisar o comportamento do mercado, principalmente entre a divulgação dos últimos resultados, até os dias que antecedem a publicação dos próximos balanços.

O analista Pablo Cossaro calculou a probabilidade de o comportamento dos investidores prever o rumo dos balanços

O Credit Suisse fez este trabalho e revelou em um relatório obtido pelo Money Times e publicado nesta sexta-feira (18) algumas ações que deixaram rastros importantes.

“Até o final da segunda semana do mês passado, as empresas da América Latina divulgaram os balanços do segundo trimestre de 2019, iniciando o período de silêncio de quatro semanas que acaba hoje antes dos resultados do terceiro trimestre”, pontua o analista Pablo Cossaro.

Ele criou um cálculo que ajuda a, na ausência de prévias dos números, usa as revisões das projeções de lucros nestas quatro semanas para identificar dicas sobre o desempenho recente de cada empresa. Foram analisadas aproximadamente 240 ativos.

As produtoras de proteínas estão em destaque na análise conduzida pelo Credit Suisse (Foto: Money Times)

Cossaro identificou que o comportamento das ações dos frigoríficos JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) indicam um resultado provavelmente bom. Ainda no setor de alimentos, a BRF (BRFS3) – dona das marcas Sadia e Perdigão – e M. Dias Branco – fabricantes de alimentos prontos como o macarrão Adria – também chamam a atenção.

A lista continua com a produtora de açúcar e etanol São Martinho (SMTO3) e a administradora de terrenos agrícolas SLC Agrícola (SLCE3). Os papéis da petroquímica Braskem (BRKM5) e da produtora de painéis de madeira e materiais de revestimento Duratex (DTEX3) também são destacadas.

Em menor escala, a Kroton (KROT3), Ser Educação (SEER3) e Yduqs (YDUQ3) marcam presença.

O desempenho recente das ações da Petrobras sugere que o balanço deve ser positivo (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

E a Petrobras?

A atuação dos investidores nas últimas semanas revela que o mercado projeta um bom desempenho para a Petrobras (PETR4), indica o Credit Suisse.

A Cosan (CSAN3), que produz etanol, açúcar, além de gerir os postos Shell, também está em posição de destaque.

As empresas do setor de papel e celulose, como a Suzano, podem ter um desempenho ruim

Sinais ruins

Por outro lado, os investidores deveriam evitar as ações das produtoras de papel e celulose Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), da gestora de universidades Ânima Educação (ANIM3) e da Ultrapar (UGPA3), que é a dona dos postos Ipiranga.

Sobre a Ânima, o banco pontua que “a consolidação nesta indústria não impediu que as empresas publicassem quedas sequenciais em seus indicadores de retorno sobre o capital investido. Além disso, o momento para os resultados continua ruim. A Ânima é a pior delas”.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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