Ovos de ouro? Consumidores pagam (quase ou até mais de) R$ 1 pela unidade; o que esperar para a Quaresma?

Com vendas aquecidas, os preços dos ovos estão nos maiores patamares desde julho de 2023. Em Bastos (SP), a caixa com 30 dúzias de ovos brancos tipo extra no atacado teve média de R$ 161,29 neste mês (até o dia 15 de fevereiro), expressiva alta de 19,9% em relação à de janeiro.

Quanto aos ovos vermelhos, os valores subiram 21,2% na mesma comparação, com média de R$ 189,30/caixa nesta parcial de fevereiro/24.

A depender do supermercado, em um dos melhores dos cenários, o consumidor paga por volta de R$ 13 por uma caixa de 20 ovos, o que dá cerca de R$ 0,65 pela unidade. Por outro lado, para o ovo vermelho, o consumidor geralmente paga mais de R$ 1 por ovo, com a caixa de 10 unidades sendo negociada pouco acima de R$ 12.

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De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a maior procura por ovos, devido ao aumento do poder de compra da população no início do mês e ao retorno das aulas, além das compras intensificadas por atacadistas e varejistas para o período da Quaresma, explica a elevação nos preços.

A Quaresma e as exportações para os ovos

Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, enfatiza que 2023 ficou marcado como um ano de exportações intensas para o Brasil. “Temos exportado grandes volumes de ovos, o que influencia sobre a nossa disponibilidade interna, um produto muito demandado no mercado internacional”, diz.

Iglesias ressalta que a população conta com dificuldade para manter um padrão de consumo, já que grande parte dos brasileiros conta com renda de apenas dois salários mínimos.

“Essas famílias, que contam com maior dificuldade de adquirir produtos de menos valor agregado, priorizam o consumo de ovos, embutidos e carne de frango. Ou seja, apesar dos preços mais altos nos últimos meses e novas altas, a população seguirá priorizando essa proteína, já que ela é mais vantajosa que cortes suínos e alguns cortes de frango”, finaliza.

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Para Juliana Ferraz, analista de mercado pecuária, com ênfase para suínos, aves e ovos do Cepea, a expectativa é de que novos reajustes positivos nos preços devem ocorrer ao longo da Quaresma.

“Apesar de a leve retração das vendas durante o Carnaval ter contribuído para minimizar a escassez de produto – relatada pelos colaboradores no início do mês – e influenciar no ajuste entre oferta e procura, parte dos agentes ainda relata que a disponibilidade está limitada e que há dificuldades em atender a todos os pedidos de clientes”, explica.