Internacional

Países credores são instados a considerar alívio de dívida pós-2020

08 jul 2020, 14:02 - atualizado em 08 jul 2020, 14:02
G20
Até agora, 41 países solicitaram alívio do serviço da dívida sob o acordo de suspensão de pagamentos (Imagem: REUTERS/Murad Sezer)

Os países do G20 e os credores do Clube de Paris precisam começar a pensar no alívio da dívida para os países mais pobres para além de um acordo de suspensão do pagamento da dívida neste ano, disseram chefes financeiros nesta quarta-feira.

Em uma conferência online do G20, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse que a reestruturação da dívida pode ser necessária, a depender do país, para aqueles “que simplesmente não conseguem se manter emersos sem determinada ação”.

O Grupo das 20 principais economias e o Clube de Paris –este um grupo informal de credores estatais coordenado pelo Ministério das Finanças da França– concordaram em abril em congelar pagamentos da dívida dos 73 países mais pobres até o final de 2020.

“Precisamos começar a pensar no que vem a seguir, teremos que tomar decisões no final de 2020”, disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, durante a conferência, focando dívidas de mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

“Poderíamos decidir prolongar a iniciativa por alguns meses ou já poderíamos começar uma nova fase que poderia envolver uma reestruturação mais profunda da dívida para alguns países, caso a caso e em uma estrutura multilateral.”

Até agora, 41 países solicitaram alívio do serviço da dívida sob o acordo de suspensão de pagamentos, e o Clube de Paris assinou acordos com 20 países, da Costa do Marfim à Etiópia e Paquistão.

A Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI, na sigla em inglês), como é oficialmente conhecida, liberará 12 bilhões de dólares que países podem usar para lidar com os problemas econômicos e de saúde causados pelo coronavírus, segundo dados do Banco Mundial.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse na conferência que o congelamento dos pagamentos da dívida não será suficiente para alguns países altamente endividados que precisam de reduções permanentes no serviço da dívida.

A iniciativa também é única ao trazer a China à mesa, já que o país se tornou um grande credor nos últimos anos e é alvo de críticas frequentes por falta de transparência em seus empréstimos.

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