Vacinas

Peru investiga uso “cortesia” da vacina da Sinopharm por autoridades locais

15 fev 2021, 16:58 - atualizado em 15 fev 2021, 16:58
Vacinas da Sinopharm
O escândalo foi desencadeado após Martín Vizcarra admitir na quinta-feira que recebeu a vacina experimental com sua esposa em outubro, quando era presidente (Imagem: Reuters/Aly Song)

O governo e o Ministério Público do Peru investigam a vacinação secreta com “doses de cortesia” do laboratório chinês Sinopharm a altos funcionários, em um escândalo que custou a renúncia de dois ministros e que pode nublar por completo as compras de imunizantes para combater pandemia.

Os ministros das Relações Exteriores e da Saúde renunciaram, e o governo anunciou que vai demitir quem aplicou a vacina antes do início da imunização da população.

O novo ministro da saúde, Oscar Ugarte, disse à rádio local RPP na segunda-feira que entre 15 e 20 autoridades receberam a vacina, de acordo com as primeiras investigações. “Estou indignado e furioso com esta situação”, disse o presidente Francisco Sagasti na noite de domingo em entrevista à América Televisión, após aceitar a renúncia de sua chanceler, Elizabeth Astete.

“Isso realmente põe em risco o enorme esforço que muitos peruanos que trabalham na primeira linha de defesa contra o Covid têm feito.”

O escândalo foi desencadeado após Martín Vizcarra admitir na quinta-feira que recebeu a vacina experimental com sua esposa em outubro, quando era presidente. Mas a Universidade Cayetano Heredia afirmou que nenhum dos dois era voluntário.

Os ensaios clínicos do Sinopharm no Peru foram conduzidos entre setembro e o final do ano passado com cerca de 12.000 voluntários, mas os responsáveis ​​locais pelo processo receberam doses adicionais para o número de participantes.

O lote extra fora dos testes foi de 3.200 doses de “vacina experimental ativa” –não de placebo– a serem administradas voluntariamente ao pessoal relacionado à pesquisa, disse a Universidade Cayetano Heredia em um comunicado.

Pelo menos 300 médicos que lutavam contra a pandemia morreram desde que o vírus apareceu no Peru há quase um ano.

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