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Petrobras: com saída de diretores e lentidão em reajustes, percepção de risco continuará elevada

25 mar 2021, 16:54 - atualizado em 25 mar 2021, 17:21
PETR4 Petrobras
Segundo os analistas da XP Investimentos, a percepção de risco para a política de preços da Petrobras pode aumentar em um cenário de preços de petróleo mais altos (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

A percepção de risco da Petrobras (PETR3;PETR4) continuará elevada até a transição do comando na empresa, afirmou a XP Investimentos. A corretora reforçou a recomendação de venda para as ações (ordinárias e preferenciais), com preço-alvo de 12 meses de R$ 24, após quatro membros da diretoria executiva comunicarem que deixarão a companhia por discordância com os planos do próximo presidente, general Joaquim Luna e Silva.

Um dos motivos do desacordo entre os executivos e o novo CEO seria a política de preços da estatal.

Ontem, a Petrobras anunciou uma redução nos preços do litro da gasolina e do diesel nas refinarias. Embora considere positivo que os preços dos combustíveis praticados pela estatal continuem em níveis próximos à paridade de importação, a XP notou que o alinhamento tem ocorrido somente nos últimos 15 dias. Os preços dos combustíveis ainda ficaram abaixo da paridade de importação nos últimos cinco meses.

Gabriel Francisco e Maira Maldonado, analistas de Energia e Petróleo & Gás da corretora, destacaram que o retorno dos preços à paridade de importação não aconteceu por conta dos reajustes praticados pela Petrobras. Foi, na realidade, um reflexo da queda recente dos preços do petróleo (o petróleo tipo Brent caiu 7,7% nos últimos 15 dias) e de uma apreciação do real (a moeda brasileira subiu 3,3% em relação ao dólar desde 10 de março).

Para a XP, a implementação do reajuste após os preços dos combustíveis terem retornado à paridade não está alinhada com a declaração da Petrobras de que vai manter os preços em linha com as referências internacionais em um prazo mais longo, mas visa compensar os períodos potenciais de preços abaixo do internacional em períodos subsequentes.

Segundo os analistas, a percepção de risco para a política de preços da Petrobras pode aumentar em um cenário de preços de petróleo mais altos.

“A companhia implementa reduções de preços em uma velocidade mais rápida do que no caso dos aumentos. Isso por sua vez pode acarretar uma correlação menor da performance das ações com os preços de petróleo e petroleiras globais em ciclos positivos para a commodity”, explicaram.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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