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PIB do Brasil deve ter suporte de varejo e serviços; ações voltam a ficar atrativas?

02 jun 2022, 8:00 - atualizado em 02 jun 2022, 0:42
Via Varejo Casas Bahia
Para varejo, segundo trimestre ainda deve ser positivo, apesar do cenário de inflação elevada impactando o poder de consumo dos brasileiros (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O sentimento geral do mercado em relação ao crescimento da economia brasileira melhorou, à luz de dados de indicadores econômicos mais saudáveis.

No início da semana, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que houve uma desaceleração no Índice Geral de Preços (IGP-M) de abril para maio, com menores pressões dos preços dos combustíveis.

No mês passado, o indicador registrou alta de 0,52%, ante avanço de 1,41% em abril. Apesar de ter vindo acima das expectativas do mercado, que, segundo uma pesquisa da Reuters, projetava aumento de 0,46%, os últimos números reforçam a expectativa de uma parcela de especialistas de que a inflação já atingiu o pico.

A divulgação da nova pesquisa Pnad Contínua pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (31), que mostrou que o desemprego no Brasil atingiu no trimestre até abril o menor nível desde o começo de 2016, também dá sinais de retomada da atividade econômica doméstica.

Fernanda Mansano, economista-chefe da Empiricus, acredita que o setor de serviços será o principal responsável pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no país.

A especialista lembra que o setor foi o mais afetado pela pandemia do coronavírus e teve a sua retomada quase que integralmente ligada ao processo de reabertura com o avanço da vacinação da população.

Mansano tem uma visão de curto prazo mais otimista para o setor de serviços. Para o varejo, o segundo trimestre ainda deve ser positivo, apesar do cenário de inflação elevada impactando o poder de consumo dos brasileiros.

“O FGTS começou no segundo trimestre, e isso acaba impactando todo esse período de abril a junho para que a gente continue observando o varejo positivo”, destaca.

Para os próximos trimestres, Mansano adota uma perspectiva de maior estabilidade. Essa estabilização, segundo a economista, deve se estender até 2023.

“Incertezas podem aumentar, principalmente relacionadas às eleições, o que acaba impactando o consumo”, lembra a especialista. “A gente ainda vê uma inflação persistente. Por mais que, no curtíssimo prazo, a gente veja essa ‘injeção’ na economia por meio do FGTS, não vamos observar isso no terceiro e quarto trimestres”.

Embora acredite que o Banco Central (BC) vá colocar fim ao ciclo de elevação da Selic em breve, Mansano observa que o cenário de juros mais altos provavelmente se estenderá ao longo de 2022 e, pelo menos, ao longo do primeiro trimestre de 2023, a depender dos números do PIB.

Ações de varejo de volta à carteira?

A recuperação do varejo não passou despercebido para quem acompanha mais de perto a Bolsa, tanto que os papéis de algumas empresas do setor ensaiaram uma retomada.

Magazine Luiza
Empresas de e-commerce não são a melhor opção de investimento agora, destacam especialistas (Imagem: Shutterstock)

Mesmo assim, ações como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) continuam sendo penalizadas. Basta ver o balanço do mês de maio, que teve o primeiro varejista como destaque de queda do Ibovespa.

Filipe Fradinho, analista de renda variável da Vitreo, chama a atenção para o fato dessas duas ações estarem “muito descontadas”, com Magalu acumulando uma queda de mais de 80% de meados do ano passado para cá.

Fradinho acredita que o varejo, em geral, está descontado, visto que foi um dos setores mais impactados pela pandemia.

“Outros setores se recuperaram muito rápido durante a pandemia. Os grandes investidores que entraram nessas empresas que se recuperaram estão procurando agora ativos descontados. E, sim, o varejo é um dos mais descontados”, comenta o especialista.

Apesar disso, Fradinho não enxerga as empresas de e-commerce como a melhor opção de investimento agora.

Vitorio Galindo, analista de investimentos e head de análise fundamentalista da Quantzed, também tem um pé atrás com os players do segmento, citando competição acirrada e inflação alta.

“Não fico animado com essas empresas, a não ser que tenha uma mudança drástica no setor, na economia”, diz.

Resiliência

Nem todas as empresas de varejo vivem o cenário dos players de e-commerce. Algumas conseguiram mostrar resiliência ao longo dos últimos anos, principalmente aquelas com maior exposição ao público de alta renda.

Galindo lembra que a JHSF (JHSF3), por exemplo, tem conseguido suportar a crise, repassando o aumento de custos com sucesso. Por outro lado, o especialista destaca que os preços das ações não caíram tanto e parecem bem precificadas.

Fradinho menciona o movimento positivo das ações da JHSF, que vem “renovando máxima atrás de máxima”. A empresa é uma das ações recomendadas na carteira semanal da Vitreo.

A Petz (PETZ3) também é uma ação bem vista pelo analista, levando em consideração o mercado aquecido de produtos para animais de estimação.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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