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Por que a Oi (OIBR3) despencou 15% em uma semana

10 jun 2022, 20:41 - atualizado em 13 jun 2022, 19:28
Oi (OIBR3;OIBR4)
O BTG Pactual, em relatório enviado a clientes, calcula que a redução na participação de 7,4 pontos percentuais da Oi na V.tal seria equivalente a uma redução de R$ 2,4 bi (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A ação da Oi (OIBR3) continua a sua trajetória de queda, mesmo com a venda de ativos. Nesta semana, algumas notícias vistas pelo mercado como negativas voltaram a prejudicar o seu valor de mercado.

Só nesta sexta-feira (10), a ação caiu mais 8%, com a ação negociada a R$ 0,55. No acumulado da semana, o tombo é de 15%.

A queda foi puxada pela venda parcial da UPI InfraCo – a unidade de fibra ótica da companhia -, operação que representa a implementação da “última etapa crítica do plano de recuperação judicial“.

Ao todo, a operação totalizou R$ 12,9 bilhões, mas contou com negociações que, conforme informou a tele, podem resultar em uma participação do grupo BTG de até 65,27% na V.tal, como foi rebatizada a unidade de fibra ótica da companhia.

O BTG Pactual, em relatório enviado a clientes, classificou a queda da participação como “negativa”.

Os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Vitor Melo calculam que a redução de 7,4 pontos percentuais da Oi na V.tal seria equivalente a uma perda de R$ 2,4 bilhões no valor para o acionista da Oi, ou cerca de R$ 0,40 por ação.

“Ao todo, estimamos que o ajuste inicial de 3,65% seja equivalente a uma redução de R$ 1,17 bilhão no patrimônio da Oi, ou cerca de R$ 0,20 por ação”, coloca.

Eles dizem, no entanto, que apenas o reajuste inicial de 3,65% é, de fato, negativo líquido para a Oi, já que os outros 3,73% de haircut serão compensados por melhores condições contratuais.

“Embora acreditemos que esta seja a maneira justa de estimar os termos revisados do negócio entre a Oi e a V.tal e novos investidores, há uma chance de o mercado levar em consideração todo o impacto negativo dos potenciais 7,4 pontos percentuais de redução da participação da Oi na V.tal“, completam.

Gabriel Meira, da Valor Investimentos, lembra que o papel da Oi já vem apanhando desde a renegociação de dívidas com Anatel, que saiu pior que a encomenda.

“O mercado não está acreditando que essa recuperação judicial chegará ao fim agora e colocou pressão vencedora”, completa.

Por outro lado, a Genial Investimentos avaliou que o fechamento da operação abre espaço para que a Oi consiga sanar parte de suas dívidas.

“Com as últimas notícias e este closing (fechamento), é uma questão de tempo para a grande e esperada saída da recuperação judicial”, afirmou, em nota a clientes.

Recuperação da Oi sem data para acabar

A Oi se encontra em recuperação judicial desde 2016. Havia esperanças de que a companhia pudesse, enfim, ajustar as contas com os credores ainda neste mês.

No entanto, o processo teve novamente o seu prazo final adiado e agora não possui mais data para terminar.

Segundo o “O Globo”, a recuperação da Oi é considerada “complexa”. Fontes ouvidas pelo jornal disseram que o adiamento era algo previsível.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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