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Pré-mercado: Os mercados vão se comportar, ou não?

07 maio 2021, 8:29 - atualizado em 07 maio 2021, 8:29
Oh, behave… Austin Powers em/ O Homem do Membro de Ouro (2002)

Bom dia, pessoal!

Para esta sexta-feira (7), os dados de emprego não agrícola nos EUA, os chamados “payrolls”, definem os movimentos do mercado, uma vez que podem oferecer insights sobre a força da recuperação global.

A recuperação econômica global já é sinalizada pela força das exportações da China e da Alemanha.

As preocupações continuam sobre o recente surto de Covid-19 na Índia, na Tailândia e em outros países, que seguem preocupando as autoridades.

Por enquanto, vemos uma abertura positiva na Europa, acompanhada por uma alta dos futuros americanos, que voltaram ao longo da semana a experimentar a boa e velha rotação setorial (outro recorde no fechamento para o Dow Jones).

Ambos os números superaram as expectativas. A ver…

De olho na venda da Eletrobras e na CPI da Covid

Hoje teremos dados de inflação de abril (IGP-DI) e vendas no varejo de março – enquanto para o primeiro se espera uma desaceleração na margem (contra o mês anterior), o segundo deverá entregar uma queda mais intensa por conta das restrições impostas em várias localidades do Brasil durante o mês de março.

Os investidores também deverão repercutir os resultados divulgados ontem (6) à noite, com varejistas e bancos chamando atenção dentro do Ibovespa.

Enquanto isso, em Brasília, sem grandes novidades na CPI da Covid, que, por enquanto, serviu mais como ruído do que sinal – todo mundo foi muito vaselina até aqui (nenhuma resposta direta e todos têm escapado pela tangente).

A iniciativa ainda poderá pressionar o governo, uma vez que mal começamos os 90 dias programados de comissão, mas, se seguir o ritmo dessa semana, a agenda de Paulo Guedes (Economia) não deve ter muitos problemas para ser retomada, ainda que marginalmente.

Por falar nas propostas do Ministério da Economia, a venda da Eletrobras deverá gerar R$ 10 bilhões – a estimativa do governo inclui o valor da outorga, a fatia da União na companhia e a venda de ações no mercado secundário.

Espera-se um “milagre econômico”

A atenção está hoje no mercado externo, que possui poder de influência generalizada, com o payroll nos EUA, a ser divulgado pela manhã. As expectativas são de que o indicador poderá mostrar a criação de 1 milhão de empregos (957 mil para ser preciso, na mediana dos economistas), à medida que a economia sai da pandemia e vacinas são lançadas em todo o país.

A taxa de desemprego deverá cair de 6% para 5,8%. Assim, é resgatado o receio de inflação pelo ritmo forte da recuperação econômica, ressuscitado ao longo da semana por Janet Yellen, secretária do Tesouro americano.

Em paralelo, é improvável que o recente aumento na criação de empresas seja devidamente capturado nos números de empregos – os EUA vêm registrando criação líquida de novos negócios elevadíssima, considerando que passamos por um período de recessão recentemente. Uma subnotificação pode indicar que a economia está mais forte do que parece.

Algumas dessas startups, porém, substituirão realmente o emprego tradicional, sendo gradualmente capturadas pelos payrolls. Ainda assim, a economia dos EUA está se abrindo, Estado por Estado.

Restaurantes, bares e eventos de entretenimento voltaram a ser uma possibilidade, o que dá ânimo aos mercados pela recuperação – o aumento nos gastos do setor de serviços começou nos Estados Unidos, mas ainda precisa ir mais longe.

Voltando aos escritórios

Cansadas de trabalho remoto, as grandes instituições financeiras de Wall Street estão se preparando para trazer funcionários de volta ao escritório em grande escala após mais de um ano de vida pandêmica.

Para ilustrar, a maioria dos trabalhadores da Goldman Sachs estará de volta a Manhattan em meados de junho, de acordo com um memorando enviado à equipe.

Os executivos disseram que continuam sendo encorajados pelo lançamento de vacinas em muitas áreas e pela eficácia dos protocolos de saúde e segurança que foram implementados.

Na Cúpula do Conselho de CEOs do Wall Street Journal, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que está cansado do trabalho remoto, que fere a cultura corporativa e torna difícil competir por clientes – o banco anunciou que abrirá seus escritórios nos Estados Unidos para todos os funcionários em 17 de maio, com um limite de ocupação de 50%.

O pronunciamento ganhou forte apoio do empresariado no momento. Gradualmente, principalmente ao longo do segundo semestre, deveremos ver mais e mais empresas voltando às atividades presenciais.

Anote aí!

Na Itália, que teve divulgadas as suas vendas no varejo, muito impactadas pelas restrições impostas, Christine Lagarde, presidente do BCE, participa de evento e poderá falar mais um pouco sobre uma eventual decisão de reduzir a velocidade da compra de títulos – não foi o que aconteceu ontem com o Banco da Inglaterra, que manteve inalterada sua política monetária.

Ainda no exterior, os dados de emprego de abril (payrolls) são o grande destaque nos EUA, que também poderão contar com estoques no atacado em março e poços de petróleo em operação.

Aqui, IGP-DI e vendas no varejo de março são os dados para se prestar a devida atenção. Paulo Guedes participa de reunião com autoridades chinesas para amenizar o clima depois da fala do presidente da República.

Muda o que na minha vida?

Foi notícia ao longo da semana que Bill e Melinda Gates estão terminando seu casamento após 27 anos, uma decisão com grandes implicações para a filantropia e a saúde global – em virtude de sua riqueza, dividir seus ativos pode exigir um grande esforço.

O patrimônio líquido de Bill Gates passa dos US$ 140 bilhões, colocando-o na posição de quarta pessoa mais rica do mundo. Ademais, Bill e Melinda estão entre os maiores proprietários privados de terras dos EUA.

O casal fundou sua organização filantrópica, a Fundação Bill e Melinda Gates, em 2000. Desde então, a organização gastou mais de US$ 50 bilhões ao longo de duas décadas em iniciativas para melhorar a saúde pública e reduzir a pobreza.

A fundação também está no centro dos esforços para combater a pandemia de Covid-19, canalizando enormes somas de dinheiro para testes, tratamentos e vacinas – a fundação destinou US$ 1,75 bilhão ao combate à pandemia.

A dupla tem um acordo de separação em vigor – no Estado de Washington, onde Melinda Gates entrou com seu pedido de divórcio esta semana, um acordo de separação promove “a resolução amigável de disputas”.

Já nesta semana, por exemplo, Bill Gates transferiu cerca de US$ 2 bilhões em ações da AutoNation e da Canadian National Railway para sua esposa, que agora também tem uma participação de 4,9% em uma engarrafadora da Coca-Cola no valor de cerca de US$ 121 milhões e uma participação de US$ 386 milhões na emissora mexicana Televisa.

Contanto que o divórcio corra bem, os mercados não devem temer o movimento, enquanto confiam no fato de que a Fundação seguirá com seus projetos em vigor sem maiores problemas.

Fique de olho!

Ontem foi dia de DB. E, em comemoração ao dia das mães, que será neste domingo, o eu trouxe uma convidada especialíssima à minha newlsetter semanal, dona Lilia Wachsmann, minha mãe.

Ela escreveu a carta principal do Diário de Bordo.

E fez questão de dar seus pitacos em todas as sessões da publicação, inclusive na que fala de nosso podcast RadioCash, que desta vez contou com o economista Eduardo Gianetti. Ou das entradas na B3 de Inter e Locaweb.

Acredite, minha mãe tem opinião sobre tudo e faz sempre questão de dizer uma palavra ou duas. A leitura ficou mais emocionante e divertida do que nunca. Clique abaixo para conferir.

[QUERO LER O DB]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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