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Prévias de construtoras de média e alta renda não empolgam. Por quê?

13 abr 2023, 17:43 - atualizado em 13 abr 2023, 17:43
Moura Dubeux
Ações de construtoras de média e alta renda não empolgaram mesmo após as prévias (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As ações de três construtoras de média e alta renda não empolgaram no pregão desta quinta-feira (13), após a divulgação das prévias operacionais das companhias. Os números são do primeiro trimestre deste ano.

As ações de Cyrela (CYRE3), Mitre (MTRE3) e Moura Dubeux (MDNE3) operaram com altas tímidas.

Construtora “top pick” resiliente, mesmo com cenário desafiador

Os lançamentos da Cyrela (CYRE3) somaram valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,34 bilhão, crescimento perto de 30% ante um ano antes. Contudo, o valor encolheu pela metade (-52,3%) na comparação com o quarto trimestre. Ao todo, foram oito lançamentos de janeiro a março.

Em vendas líquidas contratadas, a Cyrela atingiu R$ 1,54 bilhão no período, alta de 17,7% ante um ano antes, mas queda de 42,6% sobre o fim do ano passado.

Para o analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, mesmo com um cenário macroeconômico desafiador para o segmento de alta renda, a Cyrela segue com resultados consistentes.

“O grande desafio para a companhia neste ano é a geração de caixa, que é providencial para manutenção da dívida em patamar controlado, com dívida líquida/PL de 7,8%”, avalia.

O head de real estate da XP, Ygor Altero, comenta que a construtora e incorporadora apresentou dados operacionais saudáveis, com lançamentos tendo desempenho resiliente.

Além disso, o analista ressalta o desempenho consistente das vendas líquidas, acima das estimativas, “apesar do cenário macro desafiador com taxas de juros mais altas e baixa confiança do consumidor”. A XP reitera a recomendação de compra para as ações da empresa diante uma visão positiva.

Ao fim do pregão, as ações da Cyrela tiveram ligeira alta de 0,13%. Todavia, a companhia exibiu bom desempenho na Bolsa brasileira ao longo da semana, chegando a subir mais de 12% nos pregões de terça e quarta-feira em meio à euforia do mercado doméstico.

Mitre tem primeiro trimestre “interessante”

As ações da Mitre não embalaram, mesmo reportando seu melhor primeiro trimestre, segundo a prévia operacional.

A incorporadora teve vendas líquidas, já descontados comissões e distratos, de R$ 242,4 milhões. O resultado é 58% acima do visto no primeiro trimestre do ano passado. Porém, os papéis fecharam estáveis no pregão.

Em relação ao único lançamento no período, a empresa somou R$ 297 milhões em VGV, queda de 51% ante o último trimestre do ano passado. No primeiro trimestre do ano passado, não houve empreendimentos lançados.

Para o analista de real estate da Empiricus, a companhia reportou números “interessantes diante do contexto”. Ele ressalta que o momento é desafiador para o mercado imobiliário, especialmente no segmento de média/alta renda.

“O elevado patamar da taxa de juros tem relação direta com esse desempenho”, diz. Araujo acrescenta que 2023 ainda exige disciplina por parte das incorporadoras, tendo em vista a instabilidade da demanda. “Com isso, a Mitre segue caminhando em um contexto de recuperação”, observa.

Construtora referência do Nordeste vê demanda cair

As ações da Moura Dubeux, por sua vez, tiveram desempenho positivo, encerrando o dia com alta de 1,85%. A construtora e incorporadora com atuação no Nordeste registrou vendas contratadas líquidas um pouco abaixo da estimativa do Santander, impactadas negativamente por vendas mais baixas de condomínios.

No entanto, os analistas do banco destacam o forte posicionamento competitivo da companhia e o excessivo desconto nas ações.

Eles ressaltam que os lançamentos caíram 29,7% na base anual, somando VGV de R$ 248,6 milhões em meio à demanda menor por condomínios. Por outro lado, o Santander destaca a geração de caixa de R$ 11 milhões, acima do que foi visto ao fim de dezembro.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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