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Real Digital e os impactos na economia brasileira, segundo analista

02 out 2022, 16:00 - atualizado em 29 set 2022, 16:57
Real digital
Para Marilyn Hahn, o real digital ajudará a resolver casos de uso da economia. (Imagem: Pixabay/joelfotos)

A possibilidade do lançamento de uma moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC) brasileiro – o chamado real digital – se aproxima, conforme a autoridade monetária impulsiona o desenvolvimento da versão digital da moeda brasileira.

Atualmente, o desenvolvimento do real digital pelas propostas selecionadas pelo Banco Central encontra-se em fase de testes, a qual durará até janeiro de 2023.

Apesar do avanço que o real digital possa proporcionar, ainda surgem dúvidas sobre os possíveis impactos da moeda na economia brasileira e nos bancos privados no país.

Para sanar essas questões, o Crypto Times conversou com Marilyn Hahn, diretora de operações (COO) da Bankly.

O que esperar dos primeiros testes
com Real Digital, segundo Banco Central

Impactos positivos ou negativos?

Um dos primeiros tópicos ligados ao real digital refere-se aos impactos na economia brasileira. Para a diretora de operações da Bankly, a implementação de uma CBDC no país terá somente impactos positivos.

No entanto, a perspectiva favorável não significa a ausência de desafios. Segundo ela, o real digital definitivamente ajudará a resolver casos de uso da economia, “trazendo mais segurança, privacidade e rastreabilidade ao ecossistema”.

Porém, Marilyn ressalta que, para isso acontecer, é preciso que o mercado esteja atento a questões ligadas à privacidade, segurança e maior desintermediação de serviços bancários.

“Será bastante desafiador para os players dos setores – principalmente instituições financeiras e fintechs – evoluírem em termos de processos, expertise e ferramentas nessas questões na mesma velocidade da adoção da tecnologia”, acrescenta Hahn.

Outro importante desafio mencionado pela COO da Bankly está relacionado à infraestrutura do sistema financeiro nacional – o qual comporta o cenário atual, mas não a tecnologia blockchain.

Adoção do real digital

Para que o real digital tenha sucesso no Brasil, é necessário que a população adote a CBDC em seu cotidiano.

Quanto a isso, Marilyn afirma que o comércio eletrônico nacional e global poderão ter “um ganho gigantesco”, visto que as CBDCs podem impulsionar o desenvolvimento de contratos autônomos (“smart contracts”, em inglês).

O segundo ponto importante refere-se ao consumo de produtos e serviços transfronteiriços.

Para ela, os bancos centrais que estão avaliando a emissão de CBDCs acreditam que a versão digital de suas respectivas moedas fiduciárias pode “aliviar os principais pontos de dor numa abertura maior do consumo global, como o horário de funcionamento limitado dos sistemas de pagamento e a duração das cadeias de transações atuais”.

Como ficam os bancos privados?

Outra dúvida que surge em relação ao real digital está relacionada aos impactos em bancos privados e o papel desses na economia após o lançamento da CBDC.

Em relação a isso, a diretora de operações da Bankly aponta que não haverá consequências negativas de forte impacto para as instituições financeiras privadas. “Assim como os bancos são obrigados, atualmente, a prover dinheiro para correntistas, o mesmo acontecerá com o real digital”, afirma.

“O lançamento de uma CBDC é essencial para garantir o papel dos bancos tradicionais na economia de realizar a distribuição do dinheiro de forma confiável e segura para a população”, acrescenta.

Países emergentes à frente

O fato de países emergentes, como China e Brasil, estarem à frente no desenvolvimento de suas respectivas CBDCs, ultrapassando a usual liderança americana e europeia é algo a ser destacado.

“Acredito que a principal motivação dos países emergentes [para desenvolver uma CBDC] é devido à estratégia de inclusão financeira ser tão mais urgente que em países desenvolvidos”, afirma.

A diretora de operações aponta também outros fatores que podem contribuir para um desenvolvimento mais rápido de uma moeda digital. Segundo ela, países como Brasil e China “têm altos índices de corrupção, e as CBDCs significam um fluxo do dinheiro com uma transparência ímpar”.

No caso brasileiro, atos de lavagem de dinheiro e fraude poderiam ser evitados com o lançamento do real digital.

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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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