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Recuperação judicial da Gramado Park pega em cheio fundos imobiliários de papel; FII agro derrete e entra em leilão

20 abr 2023, 12:21 - atualizado em 20 abr 2023, 12:21
Fundos Imobiliários
Índice de fundos imobiliários tem alta firme na véspera do feriado local e caminha para mais uma semana de ganhos (Imagem: Unsplash/Divulgação)

Os fundos imobiliários de papel Hectare CE (HCTR11), Versalhes Recebíveis (VSLH11), Devant Recebíveis (DEVA11) e Tordesilhas EI (TORD11) estão entre as maiores quedas no pregão desta quinta-feira (20) reagindo à decisão da Justiça do Rio Grande do Sul, que aceitou o pedido de recuperação judicial de três empresas (de quatro) do grupo Gramado Park (GPK).

O grupo, que atua no setor de turismo e imobiliário, alega ter dívidas de mais de R$ 1 bilhão. Além disso, a justiça gaúcha determinou que a empresa emissora de Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs), a Forte Securitizadora (Fortesec), devolva os recebíveis vindos de empreendimentos da GPK.

Por volta das 12h20 (de Brasília), HCTR11, TORD11, DEVA11 e VSLH11 tinham quedas entre 2,10% e 4,45%. Contudo, a desvalorização desses fundos imobiliários é mais tímida em relação à pregões anteriores, quando esses fundos chegaram a despencar 18%.

GPK, Fortesec e o calote em fundos imobiliários

Segundo a Seu Dinheiro, seis FIIs já confirmaram ter CRIs do grupo no portfólio: Banestes Recebíveis (BCRI11), Kilima Volkano (KIVO11), além dos quatro citados acima. Além desses, outro fundo imobiliário está envolvido no caso: o Serra Verde (SRVD11), responsável pela Fortesec.

O imbróglio envolvendo esses FIIs, a securitizadora e a GPK começou no mês passado quando a Justiça do Rio Grande do Sul decidiu que o grupo ficaria suspenso de pagar recebíveis à Fortesec por 60 dias. Entretanto, dias depois, a Gramado mudou sua diretoria e, com isso, desistiu desse processo.

Contudo, os fundos imobiliários de papel tombaram fechando março com quedas de 23,8% a 33,8% só em março. No início de abril, uma reportagem do UOL contabiliza prejuízo de R$ 343 milhões, atingindo 500 mil cotistas do Hectare, Versalhes, Devant e Tordesilhas.

Índice de fundos imobiliários

Apesar da queda dos fundos de papel, o índice de fundos imobiliários (Ifix) tem alta firme no pregão desta quinta-feira (20), véspera de feriado local. Com isso, o Ifix opera acima dos 2.800 pontos pelo terceiro dia seguido, nível recuperado após sete semanas.

No horário acima, o índice subia 0,11%, aos 2.812 pontos. Portanto, com mais um dia de valorização, o Ifix caminha para fechar com ganhos pela segunda semana seguida.



Ainda entre os fundos imobiliários listados no índice, o BTG Pactual Fundos de Fundos (BCFF11) tinha a maior alta, de 3%. Por outro lado, outro fundo do BTG Pactual, o Terras Agrícolas (BTRA11) derretia 7%, com as cotas em leilão, e liderava as perdas.

Cotistas reagem ao comunicado emitido pelo fundo, mais cedo, no qual explica que uma ação em execução na justiça ligada ao imóvel adquirido pelo BTRA11 em Campo Verde (MT), no qual cobra R$ 1,8 milhão de dois produtores rurais.

A ação trata da exploração de direito real de superfície sobre o imóvel e houve algumas decisões cautelares em relação ao caso, como o embargo da lavoura, grãos, equipamentos, implementos, veículos, máquinas e sementes de propriedade de José Roberto Patrício e Márcia Patrício.

Além disso, foi assegurado a penhora on-line de recursos financeiros dos produtores, autorização para promover a averbação de certidões premonitórias nas matrículas de imóveis pertencentes aos produtores e a inscrição do nome dos produtores em órgãos de proteção ao crédito. Em 2021, o BTRA11 comprou a Fazenda JR de José Roberto e sua esposa Márcio, do Grupo JR, por R$ 70 milhões.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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