Política

Revista revela planos de grupo terrorista para matar Bolsonaro e família

19 jul 2019, 13:42 - atualizado em 19 jul 2019, 13:47
Furo foi divulgado pela revista Veja (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por Arena do Pavini

Há seis meses a Polícia Federal caça, ainda sem sucesso, os integrantes de um grupo terrorista que já praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e anuncia como seu objetivo mais audacioso matar o presidente da República. A informação é da revista Veja, em reportagem publicada hoje sob o título “Líder de Grupo Terrorista revela plano para matar Bolsonaro”.

Na reportagem, assinada pelos repórteres Thiago Bronzatto e Larissa Borges, a revista afirma que, nas duas últimas semanas, entrevistou um dos líderes da Sociedade Secreta Silvestre (SSS), que se apresenta como braço brasileiro do Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), uma organização internacional que se diz eco extremista e é investigada por promover ataques a políticos e empresários em vários países.

O terrorista identifica-se como “Anhangá”. Por orientação do grupo, o contato foi feito pela deep web, uma espécie de área clandestina da internet que, irrastreável, é utilizada como meio de comunicação por criminosos de várias modalidades.

Segundo a revista, Anhangá garante que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde o instante em que o presidente foi eleito. Era para ter sido executado no dia da posse, mas o forte esquema de segurança montado pela polícia e pelo Exército acabou fazendo com que o grupo adiasse a ação.

“Vistoriamos a área antes. Mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria”, afirma o terrorista. Dias antes da posse, a SSS colocou uma bomba em frente a uma igreja católica distante 50 quilômetros do Palácio do Planalto. O artefato não explodiu por uma falha do detonador.

No mesmo dia, a SSS postou um vídeo na internet reivindicando o ataque e revelando detalhes da bomba que só quem a construiu poderia conhecer. Nessa postagem, o grupo também anunciou que o próximo alvo seria o presidente eleito, o que levou as autoridades a sugerir o cancelamento do desfile em carro aberto.

“Facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme (…) então seria suicida. Não queríamos isso.” Na ação seriam usados explosivos e armas. “A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família, seus filhos, sua esposa.”

Espécie de holding internacional dos chamados ecorradicais, o ITS foi fundado em 2011 no México e afirma ter representantes também na Argentina, Chile, Espanha e Grécia. A organização se diz contra tudo o que leva à devastação do meio ambiente e defende o uso de medidas extremas e atos violentos contra os inimigos da natureza (evidentemente tal discurso não tem coerência alguma).

Em maio passado, os ecoterroristas do Chile assumiram a autoria de uma carta-­bomba enviada a um empresário. Dois anos antes, em 2017, um artefato similar foi endereçado ao presidente de uma mineradora, que ficou ferido. No México, o ITS reivindicou a autoria de várias explosões em universidades.

Uma delas resultou, em 2016, na morte de um pesquisador. No fim do ano passado, o grupo também se responsabilizou por uma bomba deixada próximo a uma igreja ortodoxa em Atenas.

Os terroristas brasileiros vêm sendo monitorados pelas autoridades há algum tempo, diz a revista. Um relatório elaborado pela diretoria de inteligência da PF intitulado “Informações sobre Sociedade Secreta Silvestre” descreve que, em 2017, uma bomba foi deixada na rodoviária de Brasília.

O documento, obtido por VEJA, ressalta que a imprensa não noticiou o atentado, mas, mesmo assim, os detalhes foram divulgados num site do grupo chamado Sociedade Secreta Silvestre, traduzidos para diversos idiomas e assinados por uma pessoa identificada como “Anhangá”.

Em dezembro, depois da ameaça ao presidente Bolsonaro, a Polícia Federal decidiu pôr no caso os melhores agentes da seção antiterrorismo. Os policiais já seguiram várias pistas. Três suspeitos chegaram a ser presos. Mas os integrantes do grupo ainda não foram identificados.

Anhangá provoca: “(Eles) são incompetentes (…). Não somos meros amadores, dominamos técnicas de segurança, de engenharia, de comportamento social. (…) Discutimos internamente com membros de outros países”.

Bomba em igreja na periferia de Brasília em dezembro

O grupo já havia sido citado em reportagem do Jornal de Brasília, no fim do ano, em reportagem sobre uma bomba encontrada em dezembro uma igreja de Brasilândia. Na madrugada do dia 25, o Grupo Anti Bomba do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM foi acionado para atender uma ocorrência de suspeita de bomba ao lado do Santuário Menino Jesus, o segundo maior templo católico do Brasil, localizado na Quadra 2/4 de Brasilândia.

A PMDF informou que foi comunicada por um pedestre que passava em frete à igreja e que havia desconfiado da presença de uma mochila. Ao chegar ao local, os policiais isolaram as ruas e o material foi detonado por volta das 4h. Ninguém ficou ferido.

De acordo com o delegado-chefe da 18ª Delegacia de Polícia, Adval Cardoso, a bomba tinha alto poder de destruição.  “Aquela igreja está entre as maiores do Brasil, havia mais de 1.500 pessoas naquela noite.

O material encontrado era altamente explosivo, perigoso mesmo, passível de causar uma tragédia muito grande. Pelos materiais que tinham nela, seria um estrago muito grave, mas graças a Deus que não explodiu”, disse.

O delegado informou ao jornal que a bomba consistia em um extintor de incêndio de 5 kg preenchido com pólvora negra e pregos. Ele afirma que o artefato não chegou a explodir por sorte. “Pode ter sido erro técnico, porque ela tinha uma espécie de relógio determinando o horário, não sabemos. Foi sorte mesmo que ninguém ficou ferido, muita sorte”, contou.

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