Coluna
CryptoTimes

Rudá Pellini: revolução no mercado financeiro global — o que são as DeFi?

28 out 2020, 16:09 - atualizado em 28 out 2020, 16:09
Em sua quarta coluna para o Crypto Times, Rudá Pellini, cofundador da Wise & Trust, fala sobre a grande revolução financeira trazida pelas DeFi (Imagem: Freepik/pch.vector)

Futuro do Dinheiro” é o título do livro que lancei há poucos meses. Coincidência ou não, começamos a ver transformações e percebemos que esse “tal futuro” está presente no nosso agora.

Ao fazer essa análise, é necessário ter em mente que se trata de algo muito mais amplo, pois engloba todas as inovações do mercado financeiro que promovem a revolução tecnológica.

Desde maio, o setor de criptoativos vem apresentando aumento na adoção e uma curva de crescimento acelerada pela entrada de diversos players do mercado financeiro.

Cito três movimentos interessantes, ocorridos nos últimos meses e que deverão impulsionar ainda mais o uso de ativos digitais a nível mundial:

– agora, os bancos comerciais dos EUA podem custodiar criptoativos;
– grandes investidores e fundos de investimento têm aderido a esse mercado;
– as maiores potências mundiais têm avançado no desenvolvimento de suas moedas digitais emitidas por bancos centrais, as famosas CBDCs.

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Dólar Fogo
Alívio quantitativo e emissão desenfreada do dólar só fizeram a inflação subir; com cripto, as regras já são pré-estabelecidas no protocolo da rede (Imagem: Unsplash/@jpvalery)

E não para por aí. Com o aumento significativo da emissão monetária, aumentam também as dúvidas em relação às moedas estatais, como o dólar.

Em função disso, temos visto investidores e empresas transferindo parte de seu capital para o universo dos criptoativos, como uma possível proteção em caso de uma transformação monetária global.

Esse mercado vem crescendo rapidamente no Brasil. Até dezembro de 2019, existiam apenas cinco fundos atrelados a esse tipo de ativos que, juntos, somavam 1,3 mil cotistas e cerca de R$ 26 milhões em patrimônio líquido.

Em junho deste ano, o Brasil ampliou seu mercado para nove fundos ativos, com 7,4 mil cotistas e R$ 130 milhões em patrimônio líquido.

De acordo com os dados mais recentes disponibilizados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), até o início do mês de setembro, esses fundos acumulavam 14,3 mil cotistas e R$ 230,7 milhões em patrimônio líquido.

É um salto de onze vezes no número de investidores e de 77,5% no volume de recursos.

DeFi dão às pessoas o direito de controlarem suas próprias finanças, diferente das “finanças centralizadas” do mercado tradicional, que cobram taxas altíssimas para serviços não tão eficazes (Imagem: ConsenSys Codefi)

A ascensão das Finanças Descentralizadas

Um outro ponto que está impulsionando o mercado de criptoativos é a chamada “Descentralized Finance” (DeFi) ou, em português, as Finanças Descentralizadas.

As DeFi são ativos nativamente digitais, criados através de contratos inteligentes e protocolos construídos em blockchain, permitindo o gerenciamento autônomo entre as partes envolvidas e aplicações descentralizadas.

Basicamente, o sistema tradicional é centralizado e as decisões sobre a emissão de ativos financeiros, como moedas, ou instrumentos financeiros, como derivativos, são sempre decididas por autoridades centrais, como bancos centrais e comerciais.

Quando se trata das DeFi, é permitido que os ativos sejam emitidos na medida em que os próprios usuários definem suas necessidades de uso.

Isso abre oportunidades para a criação de uma série de instrumentos financeiros, como derivativos ou títulos de dívida (“bonds”), por exemplo, de forma descentralizada e autônoma.

Respeitam as regras estabelecidas pelas partes, sem a necessidade de câmaras de liquidação e compensação, possibilitando que essas transações ocorram de forma instantânea caso as regras de negócio sejam cumpridas.

Apesar de ainda estarem em fase inicial de concepção e relativamente imaturas, do ponto de vista de usabilidade, esses instrumentos vêm ganhando relevância nos últimos meses e têm despertado o interesse dos investidores.

Mesmo sendo um mercado novo, os protocolos DeFi desenvolvidos na rede Ethereum, por exemplo, cresceram de US$ 150 milhões, no início de 2019, para mais de US$ 8 bilhões no segundo trimestre de 2020.

As DeFi podem ser consideradas parte da revolução tecnológica na cultura de como usamos e entendemos o dinheiro e o próprio mercado financeiro.

O futuro está chegando com produtos e serviços que vão mudar a nossa forma de consumo. Nossas realidades físicas e virtuais estão se tornando cada vez mais entrelaçadas.

Assim como comentei no meu livro, as pessoas terão cada vez mais liberdade para optar por tecnologias inovadoras e conseguir serviços de qualidade, mais fáceis, baratos e rápidos.

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Cofundador da Wise & Trust
É cofundador e responsável pela área de novos negócios da Wise&Trust, fintech americana que aplica inteligência artificial e blockchain para desenvolver produtos financeiros com ativos digitais. Abriu seu primeiro negócio aos 14 anos e, desde então, vem ensinando e impactando milhões de pessoas positivamente. Seu primeiro contato com o Bitcoin aconteceu no fim de 2015 e, no ano seguinte, decidiu estudar e se aprofundar no tema. Em 2020, lançou o seu livro intitulado "O Futuro do Dinheiro", que está disponível nas principais livrarias do país.
ruda.pellini@moneytimes.com.br
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É cofundador e responsável pela área de novos negócios da Wise&Trust, fintech americana que aplica inteligência artificial e blockchain para desenvolver produtos financeiros com ativos digitais. Abriu seu primeiro negócio aos 14 anos e, desde então, vem ensinando e impactando milhões de pessoas positivamente. Seu primeiro contato com o Bitcoin aconteceu no fim de 2015 e, no ano seguinte, decidiu estudar e se aprofundar no tema. Em 2020, lançou o seu livro intitulado "O Futuro do Dinheiro", que está disponível nas principais livrarias do país.
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