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The Money Office: Admitam, a era neoliberal global acabou…

09 dez 2021, 10:21 - atualizado em 09 dez 2021, 10:22
Chefe de investimentos da Julius Bär propõe soluções nada ortodoxas para a economia global (Imagem: Montagem/ Money Times)

A política monetária não serve mais para nada, a não ser dar estabilidade aos mercados financeiros, e o sistema neoliberal fracassou?

É esta a provocação que faz o chefe de investimentos e membro do comitê executivo do banco suíço Julius Bär,  Yves Bonzon, em um carta enviada aos clientes com projeções de 2020 a 2029.

Segundo ele, a mudança da era neoliberal para o capitalismo patrocinado pelo Estado, que é caracterizado por políticas macroeconômicas heterodoxas, é uma resposta direta ao aumento das desigualdades e a ineficácia das políticas “ortodoxas” nas economias avançadas.

Bonzon ressalta que o fiasco do neoliberalismo foi escancarado na resposta à crise financeira de 2008. Não só as autoridades monetárias não conseguiram cumprir suas metas de inflação, mas também falharam ao conduzir uma recuperação apropriada.

“Com as taxas de juros estagnadas em níveis baixos, as capacidades de estímulo monetário são pequenas ou inexistentes. Além disso, com o setor privado nessas economias se recusando a tomar empréstimos, o único benefício da política monetária hoje é garantir a estabilidade dos mercados financeiros”, provoca.

Julius Bär: Cada década é caracterizada por um ambiente econômico e de investimento diferente

(Fonte: Julius Bär)

Capitalismo de Estado

E agora? Como o mundo sairá desta cilada? Para Bonzon a solução está no que pode ser visto como um “horror” para os economistas ortodoxos.

Ele propõe que, em vez de minimizar a importância da dívida e dos déficits governamentais, como fazem as políticas neoliberais, os governos deveriam aumentá-las para administrar a economia e redistribuir ativamente os seus recursos em grande escala.

“Na verdade, os déficits fiscais só são inflacionários quando as capacidades produtivas da economia são totalmente utilizadas”, desafia.

Ou seja, a solução passa pela introdução de sistemas fiscais negativos, em que as famílias de baixa renda recebem um crédito tributário maior do que sua carga tributária (aumentando assim sua renda geral), enquanto as famílias mais ricas recebem a mesma quantia (diminuindo ligeiramente sua fatura tributária).

“Alguns proponentes sugerem a criação de uma linha de crédito fiscal em um Banco Central que os economistas possam administrar de acordo com o ciclo e que o governo possa empregar de acordo. Como as economias ocidentais estão seguindo os passos da China com o desenvolvimento de suas próprias moedas digitais de banco central (CBDCs), a liquidez poderia ser diretamente depositada nas contas de moeda eletrônica dos consumidores”, propõe.

Se você quiser saber mais sobre as ideias de Bonzon, confira abaixo o documento na íntegra:

Gustavo Kahil é fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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