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Vai investir em LCA ou LCI? Comece pelo quanto banco oferece de CDI, o resto é igual

08 nov 2021, 15:24 - atualizado em 08 nov 2021, 15:47
Renda fixa vai garantindo retomada do espaço com as altas da Selic, que não devem para tão logo (Imagem: Mehaniq)

Com as aplicações em renda fixa já ajudando a drenar recursos do mercado de ações há três meses, à base da elevação dos juros básicos da economia, muitos novos investidores vão sofrendo assédio dos gerentes de bancos para escolherem entre as “sopas de letrinhas” que representam esses títulos.

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) sai na frente, por ser mais antigo e conhecido, mas a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) são duas estrelas cada vez receptoras de recursos. E são a cara do investidor pessoa física, pelo menos em garantia e tributação.

Mas antes que Luigi Wis, especialista em investimentos da Genial, explique os porquês desses investimentos em renda fixa estão crescendo, é preciso tirar uma dúvida de muitos investidores novatos.

Não, não interessa para o candidato saber se o agronegócio ou o setor imobiliário estão indo bem. Isso é problema dos bancos, que captam o recurso dos investidores de acordo com o nível de exposição em cada setor. Se o emissor capta em LCA, vai emprestar para empresas do setor, por exemplo.

O tamanho do comprometimento de crédito da instituição com os setores, diz Wis, poderia ensejar algum receio, porém as garantias que ambas as letras possuem eliminam as dúvidas. Tanto a LCA como a LCI – como o CDB – têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o valor de R$ 250 mil pela não cobertura do investimento no prazo contratado.

Mais ainda: no caso do agronegócio, como o setor não financeiro que mais brilha na economia, esse ponto nem arranha as preocupações, como confirma o executivo da Genial Investimentos, distribuidora dos principais players emissores, e que, também, tem autorização para emitir suas próprias LCAs e LCIs.

O que essas trincas de letrinhas, e agora também CDB, têm em comum é o indexador CDI (Certificado de Depósito Bancário). Tem opções de investimentos em índices de preços e pré-fixados, mas o volume não é expressivo diante da escalada dos juros da economia que pode atravessar 2022 chegando perto dos 12%.

Rentabilidade

Como lembra Luigi Wis, entendido que a taxa DI (do CDI) é manobrada de acordo com a taxa Selic, agora em 7,75% – e tendendo a 9,25% ou 9,5% até o fim do ano -, quanto mais dela tiver no pacote melhor.

E varia conforme o prazo de contratação do investimento, quanto mais tempo de resgate, maior taxa de retorno.

E depende da instituição e, não exatamente, de qual dos papéis. Só o CDB não costuma ter CDI acima das LCAs e LCIs.

O especialista lembra que tem desses investimentos com até 103% de CDI.

Ele aqui dá um exemplo de uma LCA (e poderia ser LCI) com 100% de CDI, para 2 anos, com a curva de juros futura embicando para 12,40% em novembro de 2023: 12,4% de rendimento. Na Genial também pode ser comprado uma LCA por 1 ano, mas a 97% de CDI.

“Claro, se o interessado encontrar um CDB com 130% de CDI, pode ser mais vantajoso, porque ele vai conseguir compensar o Imposto de Renda”, acrescenta.

Bom, aqui completa sob medida a “cara da pessoa física” que as letras de crédito possuem. Depois da garantia do FGC, é a isenção do IR.

Só o investidor pessoa jurídica recolhe no resgate sob o rendimento, de forma progressiva. O investidor de CPF não paga nada.

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) só incide em operações de curto prazo, porém não é comum encontrar opções de letras de crédito com menos de 90 dias.

Esta seria um dos limitadores da LCA e LCI na comparação com o CDB, a carência maior.

A outra que também não é para qualquer pessoa física: o CDB praticamente não tem limite de entrada, ao passo que as outras partem de volumes mais altos de entrada, também variando de cada banco.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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