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Vale (VALE3): Queda do minério de ferro é risco para dividendos? Saiba se ação pode ser afetada

18 jul 2022, 18:44 - atualizado em 18 jul 2022, 18:44
Queda nos preços do minério de ferro devem ter impacto nos resultados operacionais da Vale (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

A forte queda do minério de ferro nos últimos meses teve efeito nas ações de mineradoras e siderúrgicas.

Vale (VALE3), uma das empresas que mais se beneficiaram da disparada de preços da commodity no início de 2022, passou a acumular uma desvalorização de mais ou menos 8% no ano.

Só na última semana, quando o minério de ferro caiu para abaixo de US$ 100 milhões em meio a temores de demanda mais fraca, a companhia recuou 6%.

A tendência de desaquecimento é um cenário que já está no radar de analistas como Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, e Régis Chinchila e Luis Novaes, da Terra Investimentos, que projetam resultados mais fracos para a mineradora já nos números referentes ao segundo trimestre, reflexo da dura política de “Covid Zero” implementada na China para conter o surto da doença no país.

Resultados mais fracos

Os analistas da Terra esperam que os preços do minério de ferro tenham grande impacto nos resultados operacionais da Vale, considerando que têm peso nos produtos ofertados pela empresa.

Porém, a perspectiva atual é de que os preços da commodity se mantenham acima do patamar que estão hoje, de US$ 100/tonelada, visto que “os processos produtivos mudaram nos últimos anos e os custos inflacionados pelo cenário atual torna improvável que sejam negociados em níveis menores”.

Arbetman, da Ativa, explica que uma demanda mais fraca, somada a custos mais altos de carvão, pode levar a uma contração da demanda por minério de maior qualidade e fazer a Vale optar por ofertar uma mistura que resulta em um produto de menor qualidade.

Isso poderia resolver, em parte, o problema da demanda, mas pressiona as margens, afirma o analista.

Você resolve parcialmente o problema da demanda, mas diminui o prêmio. E, com prêmio mais baixo, você tende a ter uma margem mais baixa e um resultado mais baixo também”, comenta.

Arbetman reforça que, de um ponto de vista financeiro, é bem mais saudável ter uma demanda forte, e por produtos de maior qualidade, mas ressalta que os problemas da cadeia já vêm sendo precificados nas ações da companhia.

A Vale divulga nesta terça (19), após o fechamento do mercado, os dados de produção e vendas do segundo trimestre. Os resultados do período serão liberados na próxima semana, dia 28 de julho.

A Ativa prevê uma queda anual de 41,5% no lucro da empresa, para R$ 23,31 bilhões.

A expectativa para a produção do segundo trimestre, no entanto, é de que venha mais normalizada em relação ao trimestre anterior, totalizando 78,8 milhões de toneladas de minério de ferro – mas mais porque, no primeiro trimestre, as chuvas acima do esperado no período impediram um desempenho mais forte.

Ainda assim, a Ativa mantém a expectativa quanto ao cumprimento do guidance, de 320-335 milhões para produção em finos de minério em 2022, embora acredite que a Vale alcançará apenas o piso da faixa.

A Ativa tem recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 108.

Vale
Mesmo com uma redução nos dividendos, o montante a ser distribuído aos acionistas não seria pouco (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

Dividendos em risco?

Resultados menores podem se traduzir em dividendos mais baixos, mas não chegam a ser uma ameaça à política de remuneração aos acionistas, avalia Arbetman. De acordo com o analista, mesmo com uma redução nos dividendos, o montante a ser distribuído não seria pouco.

Além disso, a Vale está com um programa de recompra de ações muito forte e que é bem-vindo principalmente em momentos de turbulência no mercado de ações, como o que as Bolsas globais têm presenciado.

Segundo a Terra, caso a perspectiva positiva para o segundo semestre se concretize, a Vale pode ser uma boa opção tanto para uma estratégia focada em dividendos quanto para investidores que visam a valorização de capital investido.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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