Internacional

Veja o que parou os 12 maiores bull markets da história dos EUA (Parte 2)

29 abr 2019, 12:26 - atualizado em 29 abr 2019, 12:28
Bull market x bear market: tendência cíclica de altos e baixos é recorrente na história dos EUA

Em continuação sobre a matéria dos motivos pelos quais os maiores bull markets da história dos EUA terminaram, o Money Times termina o levantamento sobre as maiores ondas de valorização do índice S&P 500 e como terminaram.

Veja o que parou os 12 maiores bull markets da história dos EUA (Parte 1)

1974 a 1980: Fed Funds Rate a 20%

O mercado acionário não relatou variações muito expressivas durante este bull market de 1974 a 1980, com retornos anuais médios de somente 14% do índice S&P 500 – o mais fraco da era moderna, a medida que investidores permaneceram receosos pela crise do petróleo na década de 1970.

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Diante da inflação próxima a dois dígitos, o presidente do Federal Reserve Paul Volcker rapidamente levou o juro básico para 20% no início da década de 1980. Enquanto esta estratégia, conhecida na literatura como “Choque de Volcker”, foi bem-sucedida em segurar aumentos de preços, também ficou mais caro para emprestar dinheiro, provocando uma recessão.

O índice S&P 500 caiu 27% entre novembro de 1980 e agosto de 1982.

1982 a 1987: Reaganomics

Depois de Paul Volcker segurar a pressão inflacionária, o presidente Ronald Reagan cortou impostos e estimulou a economia, levando a taxa de desemprego para abaixo de 6%, após chegar a nada menos que 11%.

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Diante da melhora da economia, o otimismo do mercado acionário ressurgiu com tudo, vide a valorização próxima a 27% do índice S&P 500 na média entre 1982 e 1987 — a maior desde a Grande Depressão.

Em contrapartida, no dia 19 de outubro de 1987, uma segunda-feira qualquer fez com que o índice Dow Jones derretesse nada menos que 22,6%, em fato denominado posteriormente por “Black Monday”.

A negociação via computadores, relativamente nova, foi parcialmente culpada pelo efeito manada nos mercados acionários. O bear market foi relativamente curto: após cair 34% entre o final de agosto e o início de dezembro, o índice S&P 500 ainda terminou o ano em território positivo.

1987 a 1990: Iraque, Kuwait e petróleo

Após a “Black Monday”, o índice S&P 500 relatou valorização de 65% entre dezembro de 1987 e julho de 1990, segundo bull market mais curto na era moderna.

No entanto, a entrada dos EUA em recessão durante julho de 1990 diante da alta superior a 100% do petróleo após o Iraque invadir o Kuwait fez com que o índice S&P 500 caísse 19,9% entre julho e outubro de 1990, somente 0,1 ponto percentual da definição oficial de bear market: desvalorização superior a 20% da máxima atingida.

1990 a 2000: a década da prosperidade

O final da Guerra Fria e o nascimento da internet provocou o início de uma era de enorme prosperidade. Para se ter uma noção: o índice S&P disparou nada menos que 400% durante a década, sendo guiado por forte crescimento econômico e inflação estável. Ainda é o maior bull market da história, tendo os EUA vivenciado o maior período de crescimento initerrupto do século XX.

No entanto, o otimismo excessivo e a “exuberância irracional” apelidada pelo presidente do Federal Reserve Alan Greenspan se traduziram na bolha das “pontocom”, resultando em queda de 49% do índice S&P 500 entre março de 2000 e outubro de 2002.

2002 a 2007: boom dos imóveis

O bull market visto na metade da última década plantou a semente para o forte quadro de desaceleração econômica visto nos últimos anos.

Ajudado pela política de taxas de juros extremamente baixas, os norte-americanos elevaram a alavancagem de seu orçamento familiar: a política de Greenspan permitiu aos cidadãos possúirem imóveis sem comprá-los efetivamente, via hipotecas de subprimte.

O mercado imobiliário apresentou valorização excessiva, levando os norte-americanos a gastarem muito em imóveis. Diante do otimismo, o índice S&P 500 subiu 102% de outubro de 2002 a outubro de 2007.

No entanto, quando os preços dos imóveis começou a cair, os mutuários começaram a dar calotes em massa, levando bancos de investimento tradicionais, como Bear Stears e Lehman Brothers, a falência.

A pior crise financeira da história e a recessão mais profunda desde a Grande Depressão se sucederam, com o índice S&P 500 caindo quase 57% entre outubro de 2007 e março de 2009.

2009 até agora: recuperação longa e lenta

Independente de quando terminar, a recuperação da economia norte-americana já se mostra como a mais longa da história norte-americana, com duração superior a uma década.

O bull market atual, após sobreviver a diversas experiências de quase término, se mantém de pé quase quadruplicando desde a mínima de 2009.

A boa performance das empresas de tecnologia fundamenta a alta do mercado acionário, com empresas como Apple, Amazon e Google unindo-se a Microsoft como as companhias com maior valor de mercado nos EUA.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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