Comprar ou vender?

XP: Investidores graúdos não querem saber de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3)

18 out 2022, 19:49 - atualizado em 18 out 2022, 19:52
Magazine Luiza
Apesar do setor de varejo apresentar uma performance abaixo do Ibovespa no acumulado de 2022, os investidores não estão achando o setor tão atrativo no atual nível de valuation (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Os investidores institucionais ainda não se sentem confortáveis de investir em Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), mesmo com a disparada das ações nos últimos meses, revela a XP.

Os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday realizaram mais de 30 reuniões nas últimas semanas com gestores em São Paulo e Rio para discutir os papéis da cobertura da companhia.

De acordo com o trio, o e-commerce voltou a pauta. Mas, no momento, as discussões estão mais focadas em Americanas (AMER3), depois do anúncio de que Sergio Rial assumirá como CEO a partir de 2023, enquanto a maior parte dos investidores permanece pessimista com Magazine Luiza e Via.

Setor não está barato

Apesar do setor de varejo apresentar uma performance abaixo do Ibovespa no acumulado de 2022, os investidores não estão achando o setor tão atrativo no atual nível de valuation, destacam os analistas.

“Nesse sentido, as posições estão focadas em teses com maior convicção ou mais defensivas, apesar de alguns investidores estarem adicionando exposição, principalmente em Lojas Renner (LREN), uma vez que os riscos de recessão global somados às curvas de juros potencialmente mais baixas poderiam levar a uma rotação de ações de valor e commodities para nomes ligados a economia doméstica”, discorrem.

Desafios para Magazine Luiza, Via e Americanas

Mesmo que o cenário macro tenha melhorado, com a queda da inflação e fim do ciclo de juros, analistas que conversaram com o Money Times explicam que o poder de compra dos brasileiros, fundamental principalmente para Magalu e Via, não voltará de uma hora para outra.

“Quando nós olhamos o volume de vendas, vemos que não houve uma melhora tão significativa assim. Os desafios com competição continuam altos e as despesas com logística para melhorar o nível de serviço vão demandar bastante investimentos das empresas”, explica Bruno Komura, da Ouro Preto.

Em sua visão, as despesas financeiras vão pesar para essas companhias. Além disso, o analista destaca que quando se olha o Magazine Luiza, por exemplo, a parte financeira de crediário pode ter um aumento de inadimplência dado que a inflação continua alta e pegando no bolso da população.

Felipe Leão, especialista em renda variável da Valor Investimentos, também ressalta que a taxa de juros alta, por mais que esteja recuando, corrói o poder de compra do consumidor e afeta os resultados dessas empresas.

O pior já passou?

A recente recuperação do Magazine Luiza, que disparou mais de 100% desde o seu pior momento no ano, e da Via deu a sensação de que o pior ficou para trás.

Mesmo assim, Komura pondera que o Magalu ainda precisa lidar com a alta da concorrência e com as lojas físicas, que segundo o analista, precisam de reformas para serem mais lucrativas. Já a Via possui como principal ponto de atenção suas dívidas trabalhistas.

“Os problemas continuam, mas talvez o ambiente macro de juros chegando ao pico, com a inflação arrefecendo mais para frente e com perspectivas de melhoria no futuro, ajudou e deve continuar ajudando as ações. Mas não acreditamos que os papéis do Magazine Luiza vão voltar para os R$ 25”, discorre.

Leão, da Valor, coloca que a alta das ações nas últimas semanas foi algo mais técnico do que estrutural.

“Os investidores migraram de papéis que subiam muito para empresas mais descontadas em bolsa. Não necessariamente será um crescimento sustentável porque essas perspectivas de juros e inflação mais controladas não serão suficientes para dar início a uma recuperação maior nos ativos”, argumenta.

Ele vê sinais de melhora no cenário macro que podem ajudar as empresas a terem um bom desempenho no fim de ano, mas a Valor Investimentos continua neutro nesses papéis.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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