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Ant tem poucas chances de realizar IPO em 2021

30 nov 2020, 16:01 - atualizado em 30 nov 2020, 16:01
Ant Group
Um atraso de um ano ou mais seria outro revés para o bilionário Ma, bem como para investidores em estágio inicial, como a Warburg Pincus, que contavam com os ganhos do que deveria ser um IPO recorde de US$ 35 bilhões (Imagem: Reuters/Aly Song)

As chances de a Ant Group, fintech de Jack Ma, retomar a oferta inicial de ações no ano que vem parecem cada vez mais distantes em meio à reformulação das regras para o setor, segundo autoridades regulatórias a par do assunto.

A Ant ainda está nos estágios iniciais de revisão das mudanças necessárias para atender às exigências dos reguladores, que incluem uma série de novas diretrizes propostas em áreas como empréstimos ao consumidor, disseram as autoridades. Com tanto trabalho necessário e algumas regras ainda não definidas, os reguladores disseram que o IPO pode não acontecer antes de 2022.

Um atraso de um ano ou mais seria outro revés para o bilionário Ma, bem como para investidores em estágio inicial, como a Warburg Pincus, que contavam com os ganhos do que deveria ser um IPO recorde de US$ 35 bilhões. Também poderia atingir o Alibaba, que controla um terço da Ant e cujas ações despencaram depois que a oferta foi abruptamente suspensa neste mês. Os papéis do Alibaba caíram 3% em Hong Kong na segunda-feira, a maior queda em quase três semanas.

Um representante da Ant não quis comentar. Representantes do banco central, da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China e da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China não responderam de imediato a faxes com pedido de comentários.

A escala do desafio que a Ant enfrenta para retomar o IPO ficou clara após discussões com autoridades de agências que supervisionam serviços financeiros e do setor de valores mobiliários. Os reguladores enfatizaram que a prioridade imediata do governo de Pequim é garantir que a fintech se alinhe com o ambiente regulatório em evolução.

A China criou uma força-tarefa conjunta para supervisionar a Ant, liderada pelo Comitê de Estabilidade Financeira e Desenvolvimento, um regulador do sistema financeiro, juntamente com vários departamentos do banco central e outros reguladores, disseram duas das pessoas, que não quiseram ser identificadas.

O grupo está em contato regular com a Ant para coletar dados e outros materiais, estudando a reestruturação, bem como redigindo outras regras para o setor de fintech, disseram.

Capital novo

Segundo o esboço das regras para microcredores emitidas no início de novembro, a Ant seria obrigada a repor capital. Isso pode significar que a empresa precisaria de cerca de US$ 12 bilhões para cumprir a regra, de acordo com estimativa da Bloomberg Intelligence.

“O segmento mais impactado é o negócio CreditTech da Ant”, que precisa aumentar o financiamento de suas subsidiárias de crédito ao consumidor ou reestruturar o negócio de crédito”, disse Francis Chan, da Bloomberg Intelligence, em relatório de pesquisa na segunda-feira. “Isso pode comprometer as perspectivas de receita do segmento e, portanto, de toda a empresa.”

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