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As ações do Ibovespa que mais caíram desde 2019 – e o que fazer com elas agora

31 mar 2022, 16:09 - atualizado em 31 mar 2022, 16:09
CVC
Desde o afrouxamento das restrições, a CVC Brasil vem registrando melhora em seus indicadores operacionais, destaca a Guide Investimentos (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O mercado de ações no Brasil, como em outras regiões no exterior, sentiu o baque da pandemia. Desde o fim de 2019, diversas ações brasileiras caíram mais de 50%, revela a Guide Investimentos, em relatório divulgado nesta semana.

Além da chegada da Covid-19 no país, o aumento da taxa de juros é um fator relevante para explicar a pressão sobre os papéis.

Para algumas empresas, destaca a Guide, o problema é mais estrutural e envolve, entre outras coisas, questões de concorrência, problemas contábeis e mudança no perfil do consumidor.

“Nestes casos, o potencial de recuperação é bem mais difícil de avaliar e o tempo de recuperação tende a ser mais longo”, afirma a corretora.

Boas perspectivas para uns…

No geral, a Guide acredita que as empresas que mais sofreram com a Covid-19 e a elevação dos juros no Brasil vão começar a ter uma recuperação mais rápida. É o caso da CVC Brasil (CVCB3), que foi bastante afetada pela pandemia e, desde o afrouxamento das restrições, vem registrando melhora em seus indicadores operacionais.

Na avaliação dos analistas, o pior já parece ter ficado para trás para a CVC. Com o fim do ciclo de aperto monetário, a Guide acredita que papéis voltados à economia doméstica devem voltar a apresentar reação positiva mais consistente.

“Estaríamos à frente dos principais países do ponto de vista de ciclo monetário”, destaca.

“Estamos mais otimistas com CVC, que vem se beneficiando da reabertura da economia, principalmente com eventos e pacotes de turismo”, acrescenta a corretora.

Expectativas nem tão animadoras para outros

Em relação a outras ações que apresentaram queda expressiva desde 2019, a Guide continua vendo alguns desafios para as operações.

A Cielo (CIEL3), por exemplo, parece ameaçada pelos métodos de pagamento alternativos, como o Pix.

“[Os métodos de pagamento alternativos] estão sendo impulsionado pela distribuição e capital dos bancos, oferecendo crédito parcelado por meio do Pix, com uso semelhante ao de cartões, o que poderia prejudicar as adquirentes em geral”, explica a Guide.

Outro ponto levantado pela corretora é a dificuldade da Cielo em aumentar sua penetração no segmento de PMEs (pequenas e médias empresas), enquanto seus principais concorrentes já possuem presença mais representativa.

Cogna (COGN3) foi outra ação mencionada pelos analistas. Embora eles enxerguem recuperação no desempenho operacional da empresa de educação, destaca-se a perda de participação para os rivais, principalmente a Yduqs (YDUQ3).

No segmento de ensino presencial, a Guide nota uma “significativa defasagem” entre os campi da Cogna e de outros grupos educacionais.

O que pode servir de gatilho para as ações da Cogna é o processo de turnaround, que tem andado em ritmo mais lento que o esperado.

“Nos preocupa também a capacidade de amortização da dívida”, acrescenta a corretora.

Sobre a Via (VIIA3), a Guide ainda enxerga um cenário bastante desafiador – para o setor de e-commerce em geral, que deve seguir pressionada pelos custos e pela dificuldade de repasse.

“Não esperamos aumentos significativos de receita para os próximos períodos, em virtude do cenário macroeconômico desafiador, que deve se estender por mais alguns trimestres”, afirma.

A Guide avalia a Via como a opção menos atraente entre os varejistas brasileiros e destaca que a empresa tem mostrado um ritmo de crescimento menor em relação aos pares.

Analistas não esperam uma recuperação substancial no médio prazo para os papéis. Inclusive, eles veem oportunidade para repique relativo com os papéis de Magazine Luiza (MGLU3).

IRB
Para a Guide, o IRB continuará enfrentando obstáculos na rentabilização de suas linhas de negócio (Imagem: Divulgação/IRB)

Destaque negativo

Entre as maiores quedas do Ibovespa, o IRB (IRBR3) é considerado o destaque negativo.

As perspectivas da Guide para a companhia não são tão animadoras. Na visão dos analistas, ela continuará enfrentando obstáculos na rentabilização de suas linhas de negócio, dada a maior concorrência das resseguradoras estrangeiras, além da  flexibilização quanto às regras de resseguros, aumento do custo do funding e eventos de inadimplência.

A Guide também menciona a fraude fiscal como fator negativo e recomenda a troca dos papéis do IRB pelas ações de BB Seguridade (BBSE3), negociadas abaixo de seus múltiplos históricos (11,5 vezes P/L [preço sobre lucro] atual versus 13,2 vezes a média histórica).

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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