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Banco do Brasil (BBAS3) pode repetir a dose e entregar mais um trimestre estelar?

14 out 2022, 17:52 - atualizado em 15 out 2022, 9:06
De acordo com o Itaú BBA, a estatal deve superar os demais bancos novamente (Imagem: Lula Marques/Bloomberg)

Analistas do mercado antecipam uma temporada de resultados mista para os bancos brasileiros.

Dentre as instituições financeiras tradicionais, o Banco do Brasil (BBAS3) deve ser novamente o destaque positivo do terceiro trimestre, avalia o Itaú BBA.

De acordo com o BBA, a estatal deve superar os rivais novamente, tanto em qualidade de crédito quanto em NII (margem financeira).

Por outro lado, o Bradesco (BBDC4) deve divulgar números pouco convincentes.

O BBA comenta que tem se mostrado um pouco cético com a recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) do Bradesco desde o primeiro trimestre do ano. Agora, a instituição resolveu rebaixar o papel na expectativa de “mais um conjunto de resultados fracos no terceiro trimestre de 2022”.

Objetivo ambicioso

O BB é, junto com a B3 (B3SA3), top pick do BBA entre as large caps do setor bancário. Apesar da exposição a fatores exógenos, como o risco-país, a empresa conta com um ponto reconfortante, que é a manutenção de seus resultados fortes.

“Esperamos que o Banco do Brasil reporte mais uma vez os melhores resultados em nossa cobertura de grandes bancos, com lucro líquido de R$ 7,9 bilhões e ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 20%”, comenta o BBA.

Paulo Albuquerque, analista e sócio da Quantzed, avalia que o Banco do Brasil é um forte candidato a ser o destaque positivo nesta nova temporada.

“O presidente do BB afirmou desde a teleconferência de resultados do primeiro trimestre de 2022 que iria fechar o gap de rentabilidade com os pares privados. O que se vê é que ele prometeu e entregou”, defende.

Albuquerque reforça que, para o Banco do Brasil, não é um mero jogo de “empatar” com os pares privados. O especialista cita o forte comprometimento da administração em transformar a companhia no banco mais lucrativo do país, com promessa de maiores pagamentos de dividendos.

“Continuo confiando no management e acredito que os resultados possam vir bons, sim. Talvez haja algum efeito sazonal, decorrente do cenário eleitoral”, completa.

Percalços de Bradesco

Albuquerque defende que o mercado às vezes coloca expectativas muito irreais sobre as empresas. Isso aconteceu com o Bradesco na temporada anterior, diz.

“O resultado que ‘decepcionou’ na verdade foi em linha com as expectativas e superior ao mesmo período se comparado ano a ano. Então, foi um resultado bom, crescente”, defende o analista.

Albuquerque destaca que o principal problema dos resultados do Bradesco no segundo trimestre foi o mix de crédito, com crescimento na inadimplência – sobretudo a longa.

“Com a estabilidade dos juros agora, e tendo em vista uma reação esperada por parte do management do banco, acho que o Bradesco deve ter melhorado o perfil de crédito e avançado em renegociações”, avalia o sócio da Quantzed.

Para o BBA, no caso do Bradesco, não só as NPLs (taxas de créditos inadimplentes) de varejo estão elevadas, como também existe uma contaminação persistente do portfólio de pequenas e médias empresas.

Além disso, os resultados financeiros na divisão de seguros devem ser negativamente impactados por uma inflação menor e elevadas taxas de sinistralidade.

O BBA cortou as estimativas de lucro líquido em 4% e 10% para 2022 e 2023, respectivamente, a R$ 27 bilhões e R$ 29,2 bilhões. As projeções para despesas com provisões subiram 7% e 17% para 2022 e 2023, chegando a R$ 22,7 bilhões e R$ 27 bilhões.

Seguradoras vão ser destaque

Além do Banco do Brasil, o BBA tem como top picks na temporada de resultados do terceiro trimestre de 2022 a BB Seguridade (BBSE3) e a PagSeguro (PAGS).

Na avaliação dos analistas da instituição, as seguradoras e as empresas de adquirência devem mostrar a melhor dinâmica no terceiro trimestre.

No caso da BB Seguridade, o BBA estima que os resultados operacionais da Brasilseg mitiguem uma dinâmica financeira pior no período.

Já a preferência pela PagSeguro vem da perspectiva de fluxo de caixa positivo, com melhores margens, capex (despesas) menor e capital de giro mais baixo.

Considerando bancos menores, a ABC Brasil (ABCB4) deve ser o destaque positivo em termos de receita e rentabilidade.

O BBA também acredita que o BTG Pactual (BPAC11) atingirá as expectativas altas do mercado, reportando bom lucro líquido, enquanto a B3 deve começar a ver uma recuperação nas receitas.

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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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