Eleições 2022

Bolsonaro vs Lula: Decisão no 1º turno ou no 2º? O que acalmaria mais o Brasil?

30 set 2022, 17:15 - atualizado em 30 set 2022, 17:15
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Dias decisivos: Lula está no limite de conquistar uma vitória no primeiro turno das eleições, mas Bolsonaro vai deixar? (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), intensificam suas campanhas, à medida que se aproxima o primeiro turno das eleições. O que está em jogo, para o petista, é uma eventual vitória no próximo domingo (02). Já para o ex-capitão, a esperança é levar a disputa para o segundo turno e, quem sabe, virar o jogo.

Com 50% dos votos válidos segundo as pesquisas mais recentes, Lula e sua equipe sabem que precisam do voto útil de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e de Simone Tebet (MDB) para liquidar a fatura daqui a dois dias.

Já Bolsonaro faz um duplo movimento. De um lado, tenta aumentar a rejeição do ex-sindicalista para reviver o antipetismo que o alçou à Presidência em 2018. De outro, faz uma arriscadíssima e preocupante incursão num campo minado, ao questionar a lisura das urnas eletrônicas, levantar dúvidas sobre eventuais interesses ocultos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Sua última cartada para desacreditar o resultado das urnas foi dada nesta semana, quando seu partido, o PL, divulgou um documento com supostas irregularidades no processo de apuração de votos pelo TSE.

“A auditoria do Partido Liberal (PL) utilizou uma lista de avaliação e controles com 215 questões propostas com base no Anexo A da norma ABNT de Sistemas de Gestão da Segurança da Informação – Requisitos (NBR ISO IEC 27001 de 2013). O TSE satisfaz plenamente apenas 5% dos requisitos para atender à certificação por esta norma de segurança”, afirmou o partido.

Bolsonaro e Lula no segundo turno das eleições?

A disposição de Bolsonaro de questionar o resultado das urnas é o que mais preocupa economistas, gestores, analistas e cientistas políticos. Afinal, lançar o país numa crise institucional, judicializando as eleições, ao mesmo tempo em que atiça sua militância mais aguerrida contra o TSE e o STF, é o pior cenário possível para o mercado, que sempre gostou de parcimônia e previsibilidade.

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Todos contra um: Bolsonaro convenceria o Brasil de que só ele foi prejudicado nas eleições? (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Mas, para afastar o risco de um terremoto institucional que paralise o país, qual seria o melhor cenário? Assumindo-se que as pesquisas de intenção de voto estão corretas, e Lula seja eleito presidente, seria melhor encerrar a disputa já no primeiro turno, neste domingo, ou levar a decisão para um eventual segundo turno, previsto para 30 de outubro? Afinal, o que ajudaria a pacificar o país?

“Teoricamente, a resolução das eleições no primeiro turno contribuiria mais para uma transição menos conflituosa de poder”, afirma o cientista político Antônio Lavareda. “Se houver segundo turno, teremos uma sequência de enfretamentos muito acirrados, que só aprofundaria as feridas dos dois lados”, completa.

Além de antecipar o término das hostilidades, os especialistas apontam outra vantagem de uma decisão já neste domingo: a força institucional do resultado, já que outros cargos estarão em disputa.

“Para contestar uma derrota no primeiro turno, Bolsonaro precisaria também contestar o resultado da eleição de 513 deputados federais, 1.035 deputados estaduais, 27 senadores e 27 governadores, dos quais, 15 com chances de vitória já no domingo”, enumera Lavareda.

Humberto Dantas, coordenador da Pós-Graduação em Ciência Política da Fespsp (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), acrescenta que o atual presidente dá sinais de que atacará qualquer resultado que não seja a sua vitória. Mas aponta que “seria muito difícil, para Bolsonaro, questionar o resultado das eleições do primeiro turno”, afirma.

“Como ele convenceria o país de que todos os resultados foram válidos, exceto os para presidente?”, questiona Dantas, para emendar: “Só ele seria vítima de uma conspiração?”

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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