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Stone (STOC31): Juros altos e inflação não impactam operação (pelo menos, por enquanto)

27 fev 2023, 23:33 - atualizado em 28 fev 2023, 19:22
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“Não posso dizer que [juros e inflação] é algo que esteja impactando o nosso negócio, que a gente esteja sentido de uma forma mais direta”, afirma Rodrigo Cury, da Stone (Divulgação).

A Stone (STOC31) conseguiu se manter imune, até o momento, de dois males que atormentam a maioria dos brasileiros: os juros altos e a inflação. Mesmo a eventual inadimplência acarretada por esse cenário de corrosão de renda, e que preocupa os grandes bancos, não impacta a companhia até agora.

“A Stone não sofre com grandes provisões de crédito“, disse ao Money Times, o diretor de banking da empresa, Rodrigo Cury. 

No entanto, dado que o negócio da companhia de adquirência é essencialmente ligado à economia real, Cury não descarta provisões no futuro, caso o cenário de juros e inflação elevados persista.

“Depende também do nosso apetite para fazer novos produtos de crédito, que é o que tem que provisionar ou não”, afirmou.

A Stone, destacou Cury, é uma empresa que atende negócios. “E negócios que dependem de dinheiro circulando, dinheiro investido em seus negócios para poder crescer”, acrescentou. “Em um cenário de juros altos, muito desse recurso acaba indo para investimento de renda fixa“.

Apesar disso, a companhia de adquirência tem apresentado resultados trimestrais definidos como “robustos” pelo executivo. “Não posso dizer que [juros e inflação] é algo que esteja impactando o nosso negócio, que a gente esteja sentido de uma forma mais direta”.

Cury ponderou ver ainda muito da recuperação pós-pandemia. “Quando você pega o consumo privado brasileiro, no geral, continua crescendo”, disse. “É preponderante nesse caso o fato de que a Stone é muito grande”.

Na Bolsa, no entanto, o cenário macro contribui para uma desvalorização de quase 90% dos papéis nos últimos 12 meses. No balanço mais recente, do terceiro trimestre, a empresa apresentou um salto de 90,5% no lucro líquido na base anual, a R$ 162,5 milhões.

E se a inflação persistir?

No caso de a economia permanecer fragilizada por mais tempo, a Stone aposta em focar em serviços para o médio e o pequeno empreendedor, camada que a companhia considera “menos assistida”, segundo Cury.

“Eles [os pequenos e médios] são os que mais valorizam o tipo de serviço que a Stone presta. São eles que têm mais recorrência comigo e são mais fiéis a marca”.

Comum a outras empresas do setor, a Stone tem avançado com a proposta de oferecer vários produtos financeiros a um mesmo usuário – o que, segundo o Cury, é em tese mais fácil no segmento corporativo do que no de pessoas físicas.

O plano, segundo o executivo, é que os mais de 2 milhões de clientes ativos utilizem a plataforma da companhia para toda operação financeira que precisar. “As pessoas [empreendedoras] querem estar envolvidas no negócio, não gastar tempo com vários bancos”.

A Stone informou que está relançando os cartões de débito, promete um cartão de crédito até o final do ano e quer ampliar a oferta de seguros. No futuro, segundo o executivo da companhia, a ideia é buscar oferecer esses serviços hoje secundários para potenciais clientes fora do serviço de adquirência.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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