Opinião

Como começar a investir em startups – Parte I: Premissas

10 ago 2019, 2:49 - atualizado em 10 set 2019, 6:04

Olá, leitor do Money Times,

A partir de agora quero compartilhar com você a jornada para se tornar investidor em startups – tema da coluna “Finanças Exponenciais”.

A justificativa para o nome desta coluna reside no fato que trata-se de uma categoria de ativo que sim, pode proporcionar conforme a escolha um ganho extremamente agressivo, podendo transformar a vida tanto da vida de quem empreende e desenvolveu o projeto quanto de quem colocou recursos nela.

Gosto sempre de contar alguns casos de investimentos em startups que geraram resultados incríveis, como:

– Bono e The Edge são os roqueiros mais ricos do mundo uma vez que a firma de investimentos que possuem, a Elevation Partners, comprou 1% do Facebook com 100 milhões de usuários. Hoje a base ultrapassa 2 bilhões e US$ 100 bilhões em valor de mercado.
– No mesmo Facebook, o pintor que fez a fachada do escritório ficou com uma porcentagem mínima que, ao sair de uma rodada de investimentos antes do IPO embolsou cerca de US$ 7 milhões.
– Há uma história que uma aeromoça que comprou um lote simples de ações do Google à época do IPO teria cerca de 5 anos depois mais de US$ 4 milhões em ações (espero que ela tenha largado a carreira e virado passageira, pois).

Bom, não tem como não esconder que trata-se de um segmento que pode proporcionar grande ganhos. Estamos falando de empresas que, quando tudo se encaixa (mercado x pessoas x processos x recursos) possuem faturamentos que crescem a taxas de dois dígitos.

Ao mês!

Mas calma! Isso aqui não é pirâmide, logo não existe milagres.

Investir em startups envolve uma série de riscos e este artigo é uma forma de alertá-lo de boa parte deles. Ainda iremos dissecá-los em outras partes, com mais análises e casos práticos, mas seguem algumas premissas que julgo básicas:

– Nunca comprometa mais do que 10% do seu patrimônio investido para novos negócios, uma vez que trata-se de um volume que envolve alto risco. Logo a chance de perdê-lo é bem alta.
– Que este percentual não seja, por consequência, referente a capital que você precise no curto prazo. A saída do capital envolvido em novos negócios – aonde startups e o venture capital se enquadra – pode ter saída além dos 5 anos. O retorno é bom, mas demanda tempo de maturação.
–  Todo investimento demanda educação. Mas o venture capital é ainda mais exigente, pois demanda além da compreensão do segmento aonde você vai aportar o seu recurso e sua atuação (venture capital ou investidor-anjo) a tua análise do negócio ou fundo que você vai aportar o seu recurso.

Algumas perguntas rápidas:
1)  João, tenho pouco ou quase nenhum capital mas quero investir em Startups, tenho como evoluir?
R: Sim, através do Equity Crowdfunding, que tem algumas plataformas no país.

2) João, qual a diferença entre Venture Capital e investidor-anjo?
R:  Vou simplificar, mas basicamente o investidor-anjo aplica diretamente os seus recursos e know-how em startups, enquanto o venture capital atua como fundo de investimento fazendo o mesmo trabalho com aportes maiores. Mas não raro investidores-anjos também possuem recursos dentro de VCs.

3) João, quais são as oportunidades de eu ter retorno sobre o investimento que fiz?
R: São várias, mas podem variar desde o aporte de fundos maiores, “trocando” de lugar com você, a venda da empresa para organizações maiores até uma participação final relevante para divisão de lucros e dividendos futuros.

4) Qual o retorno médio de um investidor-anjo ou Venture Capital?
R: Não há uma estatística oficial, nem uma promessa porque estamos falando (novamente) de investimento e longo prazo e alto risco. Sabe-se, no entanto, que uma taxa atraente para captação de recursos no Brasil roda em torno de 25% ao ano.

Acredito que para o profissional que tem hoje uma experiência profissional relevante em seu segmento de atuação e visa maximizar seus investimentos a longo prazo, aproveitando para colocar seus conhecimentos à prova, o aporte em projetos aonde o venture capital esteja presente é de grande valia.

Fomenta a incipiente inovação no país e pode catapultar o patrimônio, gerando empregos e revolucionando mercados.

Para as próximas postagens vou explicar mais sobre o conceito e a importância do investidor-anjo, do venture capital e como se preparar para estar presente em todos os estágios do investimento em startups, bem como as etapas de evolução das mesmas, o processo de avaliação – porque é diferente de uma empresa comum – e outros meandros.

Junto com vocês vou trilhando minha jornada para formar um cenário mais inteligente no investimento em novos negócios para brasileiros. Estejam estes negócios aqui ou no exterior – o que já dá papo para outra série de postagens!

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