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Copasa está perto de disparar dividendos extraordinários, mas por maus motivos; entenda

25 ago 2021, 13:57 - atualizado em 25 ago 2021, 14:02
Copasa
O analista Vitor Sousa ressalta, contudo, que a companhia de saneamento de Minas Gerais é uma ótima opção para reforçar a carteira de dividendos (Imagem: YouTube/TVCOPASAMG)

A Copasa (CSMG3) é sempre lembrada como uma boa pagadora de dividendos e deve terminar o ano com uma distribuição em torno de 20%, calcula a Genial Investimentos.

Porém, nem tudo é tão simples. Mesmo com o gordo pagamento de proventos, a corretora ainda está cética em relação à empresa.

O analista Vitor Sousa ressalta, contudo, que a companhia de saneamento de Minas Gerais é uma ótima opção para reforçar a carteira de dividendos. 

O é da coisa

Segundo a política de proventos, aprovada em 2019, se o endividamento ficar abaixo  do “enquadramento regulatório” de 2,1x dívida líquida/Ebitda nos últimos doze meses, o conselho aprovará a distribuição de dividendos extraordinários. 

Para se ter uma noção, a Copasa a fechou o segundo trimestre com 1,3x dívida líquida/Ebitda e deve terminar o ano em 0,9x de acordo com os cálculos da corretora. 

“Vale mencionar que essa estimativa de endividamento considera um investimento de R$ 919 milhões ao longo de 2021 – e a empresa investiu apenas R$ 330 milhões no primeiro semestre de 2021. Tal valor, nos leva a acreditar que é possível que o nível de investimento fique abaixo das nossas estimativas para 2021 e da própria quantia de investimentos planejada para o ano pela própria empresa”, argumenta.

E aí que mora o perigo: apesar da expectativa da empresa em anunciar dividendos extraordinários, isso se deve, em parte, ao baixo investimento. 

O analista lembra que no longo prazo, a falta de investimentos pode trazer problemas relacionados à expansão do negócio, cobertura, combate a perdas e, por fim, revisões tarifárias decepcionantes.

“Caso a empresa tenha investido muito, vai ter uma remuneração maior dos seus investimentos reconhecidos nas tarifas e vice-versa […] Investindo pouco, o endividamento fica baixo e permite a empresa ficar dentro do enquadramento regulatório para conseguir anunciar dividendos extraordinários em detrimento da operação da própria empresa”, completa.

A depreciação reconhecida nas tarifas da empresa na revisão tarifária de 2017 e 2021 eram, respectivamente, R$ 585 e R$ 643 milhões, calcula. Ou seja, a Copasa tem, historicamente, investido abaixo da parcela referente à depreciação dos seus negócios em sua própria tarifa.

Por isso, a Genial reafirmou a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 20, o que implica potencial de alta de 42,65%. Desde que assumiu a cobertura da companhia, os papéis caíram 17,5% ante 6.9% do Ibovespa.

Privatização sai ou não sai?

Sousa ressalta que para a corrida eleitoral de 2022, o atual governador Romeu Zema (Partido Novo) segue na liderança.

“Essa questão é interessante devido ao posicionamento pró-privatização por parte do governador e do partido do mesmo, onde, eventualmente, a Copasa pode ser alvo de privatização por parte do governador caso o mesmo venha a se reeleger – dessa vez, com muito mais experiência administrativa e apoio político da câmara local”, finaliza.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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