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DAO adquire “bíblia” do filme Duna, mas gera discussão sobre direitos de propriedade

01 dez 2021, 13:40 - atualizado em 03 dez 2021, 16:10
Dune Filme Leilão Duna
A DuneDAO tinha como objetivo arrecadar fundos para fazer lances no leilão para o roteiro da adaptação cinematográfica de 1970, que nunca foi filmada, do livro “Duna”, escrito por Frank Herbert (Imagem: Christie’s/Reprodução)

De acordo com o Decrypt, uma organização autônoma descentralizada (DAO, na sigla em inglês) arrecadou US$ 750 mil para participar de um leilão na Christie’s. O objeto que a organização disputou é “Dune Bible” (“Bíblia Duna”, em tradução livre), do diretor cinematográfico Alejandro Jodorowsky. 

A Spice DAO (anteriormente chamada DuneDAO) foi cofundada por Soban Saqib e seu amigo, e tinha como objetivo arrecadar fundos para fazer lances no leilão para o roteiro da adaptação cinematográfica de 1970, que nunca foi filmada, do livro “Duna”, escrito por Frank Herbert.

Segundo o Decrypt, para conseguir arrematar o item, a DuneDAO arrecadou o valor em ethereum (ETH), por meio do site de financiamento colaborativo Juicebox.

Os US$ 750 mil arrecadados estavam muito além da estimativa feita pela casa de leilão de luxo Christie’s, que era de € 25 mil a € 35 mil (cerca de US$ 28,5 mil a US$ 40 mil), mas mesmo assim não foram suficientes para a disputa de lances.

Além disso, houve um “pequeno” problema: a arrecadação foi feita com a moeda errada, pois o vendedor não aceitava ETH.

A fim de resolver o problema rapidamente, Saqib, cofundador da DAO, colocou € 2,66 milhões (cerca de US$ 3 milhões) de seu próprio patrimônio. Saqib disse ao Decrypt que estava preocupado em apostar todo esse dinheiro, mas sabia que a comunidade o apoiaria.

A iniciativa do cofundador da DAO deu certo, pois Saqib conseguiu adquirir o item, mas separadamente, o que daria os direitos sobre a “Bíblia Duna” para ele. No entanto, Saqib iniciou uma nova arrecadação de fundos, para que a comunidade pudesse comprar dele o roteiro do filme nunca produzido.

Segundo o Decrypt, desde então, Saqib está em busca de um modo para transferir a “Bíblia Duna” para a DuneDAO, sendo que a ideia é que a organização reembolse o cofundador.

No entanto, esse não é o único desafio da organização. Tendo em vista que o item adquirido existe no mundo físico – não é um token não fungível (NFT) ou outro tipo de ativo digital –, a DAO precisa decidir em que local o roteiro ficará armazenado ou exposto e quem terá acesso a ele.

Neste momento, de acordo com o Decrypt, o item está com a Christie’s, até que a transferência seja concluída. Uma das ideias sugeridas na DuneDAO é expor a “Bíblia Duna” em um local público.

A decisão sobre o destino final do roteiro será tomada pelos membros da comunidade, por meio do token $SPICE, recebido pelos colaboradores em troca do ETH investido. A ideia da comunidade é tornar $SPICE um token de governança, para que possa ser usado como voto em decisões sobre a DAO.

Um membro da comunidade comunicou no Discord que a organização havia arrecadado US$ 11,8 milhões em ether e moedas fiduciárias (incluindo o pagamento de Saqib no leilão), sendo que parte será usada para quitar o leilão com a Christie’s e reembolsar o cofundador. O valor restante será usado para projetos futuros.

Segundo o Decrypt, embora DuneDAO tenha conseguido arrecadar fundos rapidamente e mudar de nome, para evitar complicações de direitos autorais, a confusão gerada é um lembrete de como as DAOs podem, às vezes, ser idealistas demais, no momento em que é necessário lidar com questões práticas, como logística de propriedade e armazenamento de objetos físicos.

Mesmo com essas questões, o cofundador da DAO manteve sua opinião, dizendo que: “pessoas como nós nunca tiveram uma chance para decidir o que era culturalmente relevante. E agora nós temos.”

Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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