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Decisão do Banco Central leva fundos imobiliários ao pior patamar desde maio

23 mar 2023, 18:53 - atualizado em 23 mar 2023, 18:56
Fundo imobiliário
Índice de fundos imobiliários derrete com ativos locais após mensagem do Banco Central e fecha no menor nível desde maio (Imagem: Reprodução/RB Capital Office)

O fundo imobiliário RBR Log (RBRL11) informou ao mercado que recebeu do Grupo Zaragoza aviso de devolução de um galpão logístico em Hortolândia, no interior de São Paulo. Com isso, a empresa rescindiu antecipadamente o contrato de aluguel.

O fundo explica que, conforme contrato, o prazo do aviso prévio é de quatro meses a contar da notificação. Durante esse período até a entrega efetiva do imóvel, a locatária é obrigada a efetuar todos os pagamentos previstos.

No entanto, o RBRL11 diz que o contrato prevê o pagamento de multa rescisória perto de R$ 912,9 mil no ato da devolução do galpão. Isso corresponde a pouco mais de quatro aluguéis. Daí, o fundo deverá receber pouco mais de oito aluguéis, somados os valores que a serem recebidos durante o aviso prévio.

O RBR Log explica que, considerando a atual receita mensal de locação, após o fim do aviso, recebimento da multa e na hipótese do imóvel não estar locado, a receita recorrente do fundo será impactada em R$ 0,03 por cota.

Contudo, o fundo diz que irá trabalhar ativamente nos próximos quatro meses para o aluguel do galpão e, assim, minimizar os efeitos da rescisão antecipada da locação.

No início da semana, o fundo imobiliário Hedge AAA (HAAA11) que informou ao mercado sobre a notificação que recebeu da BRK Ambiental solicitando a rescisão de contrato de aluguel de dois conjuntos na ala B do Condomínio WT Morumbi, em São Paulo.

Índice de fundos imobiliários

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 não ficou de fora da sangria que tomou conta do mercado doméstico e fechou em queda de 0,28% (após ajustes), aos 2.761 pontos. É o menor patamar desde maio do ano passado.



Investidores locais reagiram à decisão do Banco Central (BC) ontem, no qual o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que não há horizonte para corte de juros. O documento foi visto como “duro”(hawkish) por investidores locais.

O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, diz que a sinalização do BC está alinhada à previsão de estabilização da Selic até o fim do primeiro semestre.

Com isso, ele acredita que, em certa medida, o mercado já tenha precificado essa dinâmica. “No curtíssimo prazo, pode ter oscilação negativa do Ifix, mas já vemos alguns fundos imobiliários exageradamente descontados”, diz.

No entanto, o analista reforça que, de imediato, a impressão é de que a recuperação dos fundos de tijolo pode demorar um pouco mais. “O que traz novamente um contexto favorável para os fundos de papel dentro da indústria. O que não quer dizer que eles estejam sendo beneficiados”, pondera.

FIIs em destaque

Entre os FIIs, o destaque de alta do pregão foi o Mauá Recebíveis Imobiliários (MCCI11), que subiu 2,25%. Por outro lado, o Tordesilhas EI (TORD11) liderou as quedas, de 2,07%.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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