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Diretores da Coinbase explicam por que a empresa negou desenvolver um security token

24 mar 2021, 12:56 - atualizado em 24 mar 2021, 12:56
“Esperamos que, algum dia em um futuro próximo, possamos fazer os investimentos certos, ter as licenças corretas e construir o ecossistema que desejamos”, afirma Alesia Haas, diretora financeira da empresa (Imagem: Twitter/Coinbase)

Diretores da corretora Coinbase deram detalhes de como a empresa considerou desenvolver um security token em sua jornada à listagem pública – porém, deixou a ideia de lado devido a restrições de tecnologia e de regulamentação.

Security tokens são ativos digitais que podem representar ativos materiais do mundo real, como imóveis e ouro, ou ativos imateriais, como ações de uma empresa.

A corretora cripto apresentou uma sessão “Pergunte-me qualquer coisa” da Reddit, na semana passada, enquanto se prepara para ser negociada publicamente por meio de listagem direta. Essa listagem deverá acontecer logo no início do mês de abril.

A Coinbase foi questionada se tem planos para fornecer acesso de ações especial aos seus clientes, distribuir ações ou dar acesso direto à compra de ações por meio de sua plataforma. 

Em resposta, a diretora financeira Alesia Haas escreveu que “não há uma oportunidade para investir na empresa neste momento, antes da listagem direta”.

O que mais intrigou na resposta foi a extensa revelação da Coinbase em explorar security tokens. Esses são avançados em uso de blockchain, no mundo financeiro, por empresas como tZERO e INX, ambas as quais criaram seus próprios security tokens como forma de obter financiamento de investidores. 

Ainda, Haas comentou que “queríamos poder compartilhar com todos os investidores e com o público o longo caminho já percorrido pela indústria”.

A diretora financeira continuou:

Pensamos, de um modo bem criativo, ‘podemos fazer algo no blockchain? Podemos criar um security token?’ Enquanto avaliávamos as opções, percebemos que a infraestrutura de security token ainda não está finalizada e que não teríamos como fornecer a mesma oportunidade a todos os investidores.

Vários investidores institucionais não podem participar de security tokens, e nós não tínhamos corretores suficientes que pudessem negociar para fornecer liquidez ao mercado. Nós, da Coinbase, não tínhamos as licenças ou a fundação adequadas para fornecer isso. 

“Era muito importante que nós pudéssemos oferecer um security token que fosse nativo em cripto e pudesse ser tratado como um ERC-20, usado em finanças descentralizadas (DeFi) e que tivesse todas as características de cripto que adoramos”, observou Haas.

“Até que possamos oferecer algo que atenda o cliente ou o investidor, neste caso a experiência que queremos ter, descobrimos que não poderíamos nos dedicar a isso neste momento.”

Comentários, tanto de Haas como do CEO Brian Armstrong, sugerem que a Coinbase tem grandes ambições – talvez a longo prazo – com relação a security tokens, apesar de que esses esforços podem não gerar resultados até que as regulamentações nos Estados Unidos tornem-se mais receptivas.

Haas comentou: “esperamos que, algum dia em um futuro próximo, possamos fazer os investimentos certos, ter as licenças corretas e construir o ecossistema que desejamos, e que haja security tokens na Coinbase ou em outras empresas.”

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