Câmbio

Dólar vai a R$ 5,62 em meio à nova onda de Covid-19 e ao pacote de estímulo dos EUA

26 out 2020, 12:22 - atualizado em 26 out 2020, 12:23
Dólar
Às 9:12, o dólar avançava 0,44%, a 5,6528 reais na venda (Imagem: Pixabay)

O dólar registrava alta contra o real nesta segunda-feira, refletindo a cautela generalizada dos mercados globais em meio a salto nos casos de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa e a dúvidas sobre as negociações de um pacote de estímulo norte-americano.

Às 12:22 (horário de Brasília), o dólar (USDBRL) avançava 0,23%, a 5,6412 reais na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro subia 0,37%, a 5,644 reais.

Esse movimento estava em linha com o comportamento do dólar no exterior, que subia contra uma cesta de moedas fortes e registrava fortes ganhos contra lira turca, rand sul-africano e peso mexicano, alguns dos principais pares do real.

A busca por divisas mais seguras refletia a notícia de que os Estados Unidos registraram um recorde de novos casos de Covid-19 nos últimos dois dias, enquanto a França também teve novas máximas e a Espanha anunciou estado de emergência.

“O movimento de hoje é externo”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho. “Continua havendo aumento nos casos de Covid na Europa e nos EUA, o que tem gerado preocupações em relação a uma potencial desaceleração dessas economias, ou uma perda de ritmo nesse momento de recuperação.”

Agravando os temores relacionados à saúde das principais economias, os EUA seguem sem um acordo sobre mais medidas de auxílio fiscal para combater a pandemia de coronavírus, que deixou milhões de desempregados no país. Os norte-americanos estão sem apoio emergencial do governo desde o final de julho, quando um pacote anterior de trilhões de dólares em ajuda econômica expirou.

“A falta de acordo entre democratas e republicanos reduz as esperanças de um novo pacote de auxílio antes das eleições dos Estados Unidos”, explicou Rostagno. Os norte-americanos vão às urnas em 3 de novembro.

Enquanto isso, no Brasil, a reunião de decisão de juros do Copom — com expectativa de manutenção da taxa Selic na mínima histórica de 2% na quarta-feira– concentrará o foco dos investidores locais durante o início da semana.

O patamar dos juros básicos afeta o fluxo de dólares no mercado local, uma vez que dita a rentabilidade de ativos brasileiros atrelados à taxa Selic.

“O mercado mantém apostas na manutenção da Selic (na) quarta-feira, mas acredita em uma mudança nas prescrições futuras do BC (forward guidance) após a surpresa inflacionária do IPCA-15 de outubro”, disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.

Na última sexta-feira, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou em outubro para alta de 0,94%, maior salto para o mês desde 1995.

A disparada nos setores de alimentação e commodities em vários relatórios de inflação recentes tem sido atribuída em parte ao alto patamar da moeda norte-americana, que eleva a procura internacional por bens de exportação brasileiros, aumentando os preços no mercado doméstico.

Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana à vista teve alta de 0,60%, a 5,6282 reais.

O Banco Central anunciou para esta segunda-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em abril e julho de 2021.

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