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El Salvador falha com títulos de bitcoin (BTC) e mercado teme calote

04 maio 2022, 10:14 - atualizado em 04 maio 2022, 10:14
El Salvador
Lançamento de títulos de bitcoin foi adiado diversas vezes pelo governo do país. (Imagem: Facebook/Secretaría de Prensa de la Presidencia de la República de El Salvador)

Investidores não estão apostando no título de bitcoin (BTC) de El Salvador, e a oferta com base na maior criptomoeda do mercado não atraiu sequer um comprador, segundo a Bloomberg.

O presidente do país, Nayib Bukele, está em busca de emitir US$ 1 bilhão em títulos de bitcoin, apesar de ter recebido contraindicações do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Desde que El Salvador tornou o bitcoin uma moeda legal no país, em setembro de 2021, o FMI alertou o governo de Bukele sobre riscos envolvendo a criptomoeda como moeda corrente, além de ter solicitado que o país removesse o status de legalidade do bitcoin.

Segundo o Business Insider, os títulos convencionais de El Salvador com vencimento para 2032 apresentam um rendimento de 24%. Esse nível sugere que o mercado percebe o débito como de alto risco, e está se preparando para um calote.

Dados da Bloomberg apontam que os rendimentos dos títulos convencionais de El Salvador foram os que mais caíram, com exceção da Ucrânia, devido ao cenário de guerra com a Rússia.

A saga dos títulos de bitcoin de El Salvador

O presidente de El Salvador anunciou os planos de lançar US$ 1 bilhão em títulos de bitcoin em novembro do ano passado. Ao fazer o comunicado, o débito do país em dólar atingiu seu menor nível da história, de acordo com a Bloomberg.

Em fevereiro deste ano, o banco Fitch Ratings classificou El Salvador como CCC, que indica um alto nível de risco de calote, apontando a crescente dependência do país ao débito em curto prazo e a recursos financeiros limitados.

Apesar disso, o ministro das Finanças, Alejandro Zelaya, disse que não existe risco de calote do governo salvadorenho.

No mesmo mês, Zelaya afirmou que os títulos de bitcoin seriam lançados entre os dias 15 e 20 de março.

No entanto, o tempo passou e nada do lançamento dos títulos da criptomoeda. Em março, Zelaya disse que El Salvador aguardava o melhor momento no cenário internacional, e que não esperava a guerra entre Ucrânia e Rússia.

Uma semana depois, o ministro das Finanças afirmou estarem “prontos para fazer isso”, e que faltava somente a aprovação do presidente. Na época, Zelaya disse que prefere que o lançamento aconteça entre março e abril, devido a condições do mercado, mas espera que não aconteça após setembro.

Além do FMI, os planos de El Salvador quanto aos títulos de bitcoin também foram alvo de críticas do ex-presidente do Banco Central do país, Carlos Acevedo.

Em entrevista ao site ElSalvador.com, o ex-presidente do Banco Central salvadorenho, que permaneceu no cargo de 2009 a 2013, afirmou que perseguir uma solução em bitcoin fez com que o país praticamente “matasse” suas relações com o FMI, o que tornou ainda mais difícil a emissão de títulos da criptomoeda.

Acevedo também pareceu não acreditar nas justificativas para os adiamentos, dadas pelo ministro das Finanças e pelo presidente.

“Primeiro, eles dizem que será em janeiro, depois, em março, em seguida, afirmam que a Lei de Ativos Digitais não estava pronta, na sequência dizem que as pensões eram prioridade, e agora falam do problema com valor mobiliário”, disse Acevedo na entrevista.

“Acredito que o governo percebeu que não há interesse o suficiente nos mercados para aquisição desse título de bitcoin”, acrescentou.

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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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