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Eletrobras: privatização indefinida esvazia bom balanço do 4º trimestre

22 mar 2021, 15:02 - atualizado em 22 mar 2021, 15:02
Eletrobras
Dreno: controle estatal da Eletrobras não empolga investidores (Imagem: Facebook/Eletrobras)

No geral, os analistas gostaram dos números do quarto trimestre divulgados pela Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6), mas lamentam que a indefinição sobre sua privatização pese mais sobre as ações neste momento.

“Esperamos uma reação neutra do mercado, pois todos os olhares estão voltados para a evolução do processo de privatização”, afirma, por exemplo, o Banco Safra em relatório desta segunda-feira (22).

Entre os pontos positivos da Eletrobras no último balanço de 2020, a Ativa Investimentos destaca o aumento de 46% do ebitda recorrente, na comparação com o mesmo período de 2019, e de 29,2% na geração de caixa, favorecidos pelo bom desempenho nos segmentos de geração e transmissão de energia.

Ilan Arbetman, que assina o relatório da Ativa, classifica os números do quarto trimestre como “operacionalmente fortes”, apesar dos elevados níveis de provisionamento e das incertezas da privatização.

Todos os analistas concordam que a transferência da Eletrobras para o controle privado é o principal gatilho que pode disparar um novo ciclo de alta das ações.

Casa Papel Recomendação Preço-alvo
Ativa ELET3 Neutra R$ 29
BTG Pactual ELET6 Compra R$ 63
Safra ELET3 Neutra R$ 35,10
Safra ELET6 Neutra R$ 36,70

Por isso, o BTG Pactual (BPAC11) vê com preocupação a elaboração de uma proposta alternativa de venda da estatal pelo relator da Medida Provisória 1.031, enviada pelo governo para acelerar sua privatização.

“A proposta alternativa difere completamente do modelo de capitalização que está sendo discutido e, no estágio atual, acreditamos que qualquer mudança significativa levaria a atrasos desnecessários”, afirmam João Pimentel e Ricardo Cavalieri, que assinam o relatório do BTG.

Resultados

A Eletrobras registrou lucro líquido de R$ 1,27 bilhão no último trimestre de 2020, recuo de 44% em base anual, após elevadas provisões ligadas ao chamado empréstimo compulsório e ajustes contábeis associados à térmica a carvão de Candiota 3, além de perdas na usina de Belo Monte, segundo balanço divulgado no final da noite de sexta-feira.

No total do ano, os ganhos da maior elétrica da América Latina somaram R$ 6,38 bilhões, recuo de 43% ante 2019, quando os resultados também haviam sido beneficiados por impacto positivo bilionário pela venda de distribuidoras de energia deficitárias no Amazonas e Alagoas.

Privatização

Em 16 de março, a companhia foi informada pelo governo sobre sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização (PND). A medida, parte dos planos do presidente Jair Bolsonaro de privatizar a empresa, foi aprovada em reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), acrescentou.

A reunião do CPPI que decidiu pela inclusão da Eletrobras no PND, mais cedo nesta terça-feira, contou com a presença do próprio Bolsonaro e outros membros do governo.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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