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Fluxo estrangeiro na bolsa ganha força com Biden e vacina

11 nov 2020, 17:05 - atualizado em 11 nov 2020, 17:05
Ibovespa Mercados Ações
O índice Ibovespa reduziu a queda acumulada em 2020 e atingiu o nível mais alto desde o final de julho na terça-feira (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O fluxo estrangeiro para a bolsa brasileira começa a acelerar à medida que o progresso no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus e a vitória do democrata Joe Biden nas eleições nos Estados Unidos impulsionaram o apetite dos investidores globais por ativos de risco.

Investidores estrangeiros ingressaram com cerca de R$ 4,5 bilhões em ações na B3 na última segunda-feira, a maior entrada líquida diária desde ao menos 2008, de acordo com dados da bolsa compilados pela Bloomberg.

No acumulado do ano, o número ainda está negativo em R$ 77,1 bilhões, desconsiderando a entrada via ofertas de ações, em meio à frágil situação fiscal do país.

O índice Ibovespa reduziu a queda acumulada em 2020 e atingiu o nível mais alto desde o final de julho na terça-feira, em meio a uma combinação de rali das ações emergentes, um dólar americano mais fraco e rotação global para ativos mais descontados. As ações brasileiras e latino-americanas ainda apresentam performance inferior à de seus pares de países em desenvolvimento desde o começo do ano.

“Segunda-feira é um bom exemplo de melhora na dinâmica de fluxos para ações emergentes”, disse Morgan Harting, que supervisiona cerca de US$ 2,9 bilhões na Alliance Bernstein em Nova York. “Isso pode se estender por um bom tempo”, disse ele, acrescentando que as altas expectativas de crescimento dos lucros têm sido apoiadas pelos resultados corporativos recentes.

Na semana passada, fundos de índices dedicados a mercados emergentes viram a maior entrada de recursos em dez meses, com casas como o UBS Wealth Management afirmando que um governo dividido nos EUA — com o Senado controlado pelos republicanos — poderia ser positivo para as ações emergentes, diante de expectativas de um Federal Reserve mais dovish.

“As ações latino-americanas tendem a ter um bom desempenho em um cenário de recuperação do PIB global, baixas taxas de juros ao redor do mundo e um dólar fraco”, disse Ed Kuczma, que administra fundos de ações da América Latina na BlackRock. Essas características “provavelmente persistirão em 2021”.

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