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Frigol alonga a dívida, exporta acima do que vende aqui e quer mais do mercado de capitais

21 jul 2022, 11:46 - atualizado em 21 jul 2022, 13:51
Frigol Frigorífico
Planta-sede da Frigol está apta para rodar mais turnos com novas exportações. (Imagem: Divulgação)

O frigorífico Frigol tem uma dívida de curto prazo de RS 200 milhões e de R$ 270 em vencimentos mais longos.

Reduzir a mais curta é o que a empresa quer e isso já começou com a emissão de R$ 100 milhões de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) que será integralizado no balanço do segundo trimestre (2T22).

Quanto mais a alavancagem estiver rodando acima de 30 meses, ou 36 como é o ideal para o diretor financeiro Eduardo Masson, melhor para a empresa alçar novos voos no mercado de capitais.

O CRA de cinco anos, coordenado pelo Banco Safra, totalmente absorvido por investidores institucionais que serão remunerados por CDI mais 5,75% anuais, foi a degustação. Lembra o que o CEO Eduardo Miron disse ao Money Times em janeiro.

Nada se descarta diante da “sofisticação dos mercados e da necessidade de financiarmos nosso crescimento”. Até uma oferta pública inicial de ações (IPO) não se descarta em algum lugar do futuro.

Por ora, o Frigol se reforça como o quarto grupo nacional de proteína bovina, comemora o aumento do Ebitda para quase 10% de janeiro a junho (R$ 180 milhões) – contra os 3,7% do período de 2021 -, e o faturamento de R$ 2 bilhões, que deverão ser divulgados nos próximos dias.

Com base na expansão de 35% sobre o acumulado do primeiro semestre de 2021, o CFO Eduardo Masson acredita na confirmação de R$ 4 bilhões de faturamento até dezembro.

O dever de casa da companhia sediada em Lençóis Paulista, sempre comentado por analistas do mercado financeiro depois que saiu da recuperação judicial em outubro de 2019, tem base na paulatina mudança de foco das operações comerciais.

Exportações

A “qualidade e credibilidade” que a empresa está entregando, com o “mercado nos vendo como os outros players” (alusão à Marfrig, JBS e Minerva), começou com a geração de caixa das exportações.

De 43% dos negócios no ano passado, pulou para 54%. E nem foi tanto pelo dólar, porque Masson calculou que a PTAX média até 12 de julho estava em R$ 5,03 e a do período anterior esteve em R$ 5,15.

Diminuindo o peso do consumo interno, mas cobrindo a originação de boi mais caro para o exterior vendendo mais, sai de cima a pressão das incertezas que prometem ser maiores neste segundo semestre.

China, sim, como para os outros, é o principal destino. O que deverá acrescentar é a abertura de mercados mais nobres até, que pagam mais, como as recentes habilitações para Reino Unido e Canadá.

E se os Estados Unidos habilitarem a empresa, como o Frigol está esperando há algum tempo depois das auditorias, pode ajudar a antecipar as expectativas?

O que Eduardo Masson responde pode estar nas entrelinhas.

O grupo tem folga para virar mais turnos nas três plantas e não precisaria, até em médio prazo, pensar em endividamento para uma quarta indústria.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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