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Fundos imobiliários: Dois meses após início da crise, Americanas (AMER3) tenta colocar ordem na casa

14 mar 2023, 20:17 - atualizado em 15 mar 2023, 10:14
Americanas
Índice de fundo imobiliário fechou com sinal positivo dando fim à sequência de seis dias seguidos de queda (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

O fundo imobiliário XP Log (XPLG11) informou ao mercado que a Americanas (AMER3) pagou todo o aluguel de fevereiro e que venceu este mês.

O valor exato do pagamento não foi informado pelo fundo, mas refere-se a um galpão em Seropédica, no Rio de Janeiro, alugado para a B2W Digital.

Porém, no mês passado, o XP Log informou que a Americanas tinha um débito de R$ 807.351,69 e havia pago R$ 509.906,33 correspondente a 12 dias de aluguel de janeiro, com vencimento em fevereiro.

No comunicado divulgado ontem à noite, não ficou claro se a varejista ainda tem débitos com o fundo imobiliário. O impacto da Americanas nas receitas do XP Log é de cerca de 6,5%.

Americanas pagou aluguel a outro fundo imobiliário

Na semana passada, outro fundo imobiliário, o GGR Copevi (GGCR11), informou que a varejista quitou todo o aluguel também de fevereiro. A locação tinha vencimento para este mês.

O fundo disse que recebeu pouco mais de R$ 1,5 milhão pelo aluguel do imóvel em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O valor tem impacto de cerca de R$ 0,19 por cota.

Entretanto, o GGRC11 disse que a parcela de janeiro e que está vencida desde o início de fevereiro segue sem pagamento e que não medirá esforços para preservar os direitos do fundo e dos cotistas.

Contudo, no fim de fevereiro, a Americanas foi alvo de um processo de despejo pelo VBI Logístico (LVBI11) pela falta de pagamento de parte do aluguel de janeiro e que venceu no início do mês passado.

Segundo o fundo, a ação de despejo foi ajuizada pela Aratulog, empresa que o LVBI11 detém 70% do capital, com declaratória de rescisão contratual. O processo corre na 4ª Vara Cível e Comercial de Salvador.

Índice de fundos imobiliários

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 fechou em alta, dando fim à sequência de seis pregões seguidos de queda.

Com isso, o Ifix encerrou em leve alta de 0,08% nesta terça-feira (14), aos 2.775 pontos, ainda nos menores níveis desde dezembro. Mas segue distante da marca acima dos 2.800 pontos.



Entre os fundos imobiliários, o destaque de alta foi o Devant Recebíveis (DEVA11) ao subir 3,73%. O XP Log foi um dos FIIs que mais subiu no pregão (+1,54%).

Em contrapartida, o Hectare CE (HCTR11) engatou o sétimo pregão seguido de desvalorização (-4,41%) e mais uma vez liderou as quedas. Na semana passada, o FII foi o que mais caiu na semana, com tombo de 15,6%. No mês, é o que mais cai, quase 25%.

Por que o HCTR11 cai tanto?

Para o analista da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, a sequência negativa do Hectare está atrelada à perspectiva de aumento de risco de crédito doméstico. “O fundo possui uma carteira high yield, com maior exposição a crédito de menor qualidade”, comenta.

Na semana passada, a Forte Securitizadora quitou os débitos que tinha com o fundo de juros e amortização de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) vencidos em 22 de fevereiro.

“Caso este cenário de dificuldade financeira persista, o fundo pode ser penalizado na inadimplência e, consequentemente, nos proventos. Com isso, há também uma reação volumosa do mercado quando vemos fluxo de investidores, um ‘efeito manada'”, avalia.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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