Bula do Mercado

Balanços e inflação no Brasil e nos EUA agitam mercados; veja o que move o Ibovespa hoje

10 nov 2022, 8:01 - atualizado em 10 nov 2022, 8:01
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Ibovespa deve ter pregão agitado, em meio à safra de balanços e dados de inflação no Brasil e nos EUA, com cena política no radar (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa sucumbiu ontem (9) à forte pressão vendedora vinda dos bancões, puxada pelo tombo de quase 20% nas ações do Bradesco. E a temporada de resultados deve continuar influenciando os negócios locais nesta quinta-feira (10), dividindo a cena com os dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos que também saem hoje.

Ainda assim, é a política que continua ditando o rumo dos mercados domésticos. O avanço das negociações entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso em torno de uma PEC da Transição deixa a sensação de que o ajuste no Orçamento de 2023 será voltado a mais gastos públicos, de modo a contemplar promessas de campanha.  

Essa sinalização mantém o risco fiscal no radar, já que não parece haver um caminho de onde virão esses recursos. O impacto maior tende a ser sentido nos juros futuros, respingando no dólar, enquanto a bolsa brasileira tenta entender porque o Banco do Brasil teve o maior lucro trimestral já registrado por um banco no país, na contramão do Bradesco.

Afinal, existe algum problema na economia relacionado à inadimplência para justificar o aumento da provisão ou a estratégia estaria mais relacionada à alíquota um ponto mais alta de CSLL somente até o fim deste ano? Os números do índice de preços ao consumidor (IPCA) devem ajudar a montar esse quebra-cabeça.

Ainda mais porque se espera o fim do ciclo de deflação do indicador, após três meses seguidos de leituras negativas. Os grupos alimentos e transportes devem voltar a subir, mostrando de onde vem o peso no bolso do consumidor. De qualquer forma, o dado efetivo não deve alterar o plano de voo do Banco Central, de manter a Selic estável em 13,75%.

CPI nos EUA calibra Fed

O mesmo, porém, não se pode dizer em relação ao Federal Reserve. Apesar da expectativa de aceleração na inflação mensal, a taxa acumulada pelo CPI norte-americano em 12 meses deve cair abaixo de 8% pela primeira vez desde fevereiro. 

Esses sinais de afrouxamento das pressões sobre os preços somados a um Congresso dos EUA mais apertado podem selar as chances de uma desaceleração no ritmo de alta da taxa de juros nos EUA já em dezembro. No mercado futuro, há 52% de possibilidade de aumento menor, de 0,50 ponto percentual (pp), na última reunião deste ano.    

Portanto, o CPI nos EUA pode definir uma tendência de curto prazo, dando algum tempo e alívio aos ativos globais – caso o número efetivo venha abaixo do esperado – ou intensificando a pressão negativa sobre os mercados – caso o resultado ainda seja salgado. A conferir. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,10%; o do S&P 500 avançava 0,15%; enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,26%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 cedia 0,16%; a bolsa de Frankfurt caía 0,18%; a de Paris tinha queda de 0,64% e a de Londres recuava 0,37%

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,33%, a 110.91 pontos; o euro caía 0,68%, a US$ 0,9946; a libra subia 0,22%, a US$ 1,1382; o dólar tinha alta de 0,05% ante o iene, a 146,49 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,112%, de 4,0,98% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,630%, de 4,651% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 0,26%, a US$ 1.709,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 1,22%, a US$ 84,81 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,91%, a US$ 91,83 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em queda de 1,53%, a 674,50 yuans a tonelada métrica.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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