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Ibovespa (IBOV) fecha pregão volátil em queda após mercado digerir decisão do Fed; Copom fica no radar

21 set 2022, 17:07 - atualizado em 21 set 2022, 17:32
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
Mercado repercutiu decisão do Fed de elevar os juros dos EUA em 0,75 ponto percentual enquanto aguardava o Copom (Imagem: Tainá da Silva)

Após andar sem direção definida durante boa parte do pregão, o Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira (21), seguindo o humor dos mercados americanos depois de discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed).

O principal índice da Bolsa brasileira teve desvalorização de 0,52%, a 111.935,86 pontos.

O banco central dos Estados Unidos anunciou uma nova elevação de 0,75 ponto percentual na taxa de juros do país, para a faixa de 3-3,25%.

O reajuste ficou em linha com a projeção do mercado, mas marca a terceira alta consecutiva neste patamar – algo nunca feito pelo Fed antes.

Em comunicado, o Fed sinalizou que novas altas serão necessárias para tentar puxar a inflação para a meta de 2% e seguirá reduzindo sua participação em títulos do Tesouro.

“A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia, além de pressões mais amplas sobre os preços”, diz a nota.

O que surpreendeu foi a indicação de uma alta adicional de 1,25 ponto percentual até o fim do ano, disse Étore Sanchez, economista da Ativa Investimentos.

“O grande destaque acabou sendo nas projeções, com o salto da mediana das projeções da taxa de juros (Fed Funds Rate) de 3,25%-3,50% ao final de 2022 para 4,25%-4,50%”, comenta Sanchez.

Sanchez destaca que, se seguir o plano, o Fed teria que elevar mais 1,25 ponto percentual ao longo das duas próximas reuniões de 2022, em novembro e dezembro, “chancelando pelo menos mais uma elevação de 0,75 ponto percentual e outra de 0,5 ponto percentual ainda neste ano”.

Em discurso realizado logo após o anúncio, Powell reforçou que o trabalho do Fed é garantir a estabilidade dos preços.

José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, diz que Powell foi claro em sua mensagem.

“Powell foi claro: não há lugar para a complacência na luta contra a inflação elevada. E o Fed precisará de sinais convincentes de queda da inflação para mudar de ideia”, afirma.

Agora, o mercado doméstico fica no aguardo pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB).

As expectativas são de fim do ciclo de aperto monetário. Para o Itaú, o Banco Central deve encerrar o movimento de altas da Selic nesta semana – e dentro do atual patamar de 13,75%.

“Acreditamos que o cenário de inflação para o horizonte relevante da política monetária melhorou marginalmente, e que, portanto, o comitê deve indicar a interrupção do processo de aperto monetário”, comenta a instituição, em documento.

Maiores altas e baixas

Pouco antes do fechamento, as ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) dispararam, fechando em altas de 6,5% e 5,02%, respectivamente.

A disparada ocorre em meio a um alívio na curva dos juros futuro, sinalizando que a inflação pode estar mais controlada.

Outras ações do varejo figuraram entre os destaques positivos do dia: Alpargatas (ALPA4), Soma (SOMA3) e Lojas Renner (LREN3).

As units do BTG Pactual (BPAC11) caíram 5,17% após o Itaú BBA cortar a recomendação para “market perform” (desempenho esperado em linha com a média do mercado), bem como o preço-alvo, agora em R$ 31.

A CSN (CSNA3) teve perdas de 4,43%. Além da queda do minério de ferro, o mercado acompanhou o conflito entre a companhia e a Usiminas (USIM5). Hoje à tarde, o Cade decidiu manter a determinação de que a CSN deve seguir vendendo ações da Usiminas, mas alterou o prazo para indeterminado.

Espelhando a postura contracionista do Fed, Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) caíram 3,1% e 2,87%, respectivamente.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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