Ibovespa hoje tem agenda vazia e esperança renovada para ampliar recuperação

O Ibovespa resgatou o receio com o novo governo nesta semana, depois de declarações nada amigáveis do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Da mesma forma, os mercados globais reacenderam o sinal de alerta sobre os riscos de recessão nos Estados Unidos. 

Mas nesta sexta-feira (20) os investidores tentam dissipar esses temores e ampliar a sequência de altas da bolsa brasileira. Ainda mais diante de uma agenda econômica esvaziada, tanto aqui quanto lá fora. Apesar do desfecho da novela da Americanas, que formalizou ontem o pedido de recuperação judicial, o mercado doméstico aguarda as cenas dos próximos capítulos.  

Aliás, hoje, as ações da varejista (AMER3) deixam de fazer parte de todos os índices da B3 – inclusive o Ibovespa. Já no front macro, a esperança de que sempre vai surgir algum ministro para apagar o “incêndio” provocado pelas falas de Lula e de que haverá um pouso suave da economia dos EUA devem permitir uma recuperação dos mercados. 

A dúvida é por quanto tempo esse sentimento irá prevalecer, a ponto de sustentar os ativos de risco em um nível mais elevado. Os investidores podem até permanecer taticamente otimistas com as ações no curto prazo. Porém, posições mais defensivas tendem a surgir na virada para o segundo semestre de 2023.

Gringo x local

De um modo geral, os “gringos” não veem o Brasil como um patinho feio, pelo menos em comparação com outros países emergentes. Ainda mais diante das novas perspectivas para a China. Aliás, grandes instituições financeiras, como o JPMorgan e o Citi, afirmam que o Brasil vive um momento único, sendo a “peça bonitinha”, em âmbito global. 

Já os investidores locais têm arrepios a cada notícia – ou “balão de ensaio” – vindo de Brasília. Eles têm na memória os erros de governos passados do PT. Por mais que um equilíbrio entre essas duas visões seja alcançado, dificilmente irá se manter. E aí é o “espírito do tempo” que deve dominar as decisões e definir até quando os preços permanecem atraentes para recompensar os riscos.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones oscila com +0,01%; o do S&P 500 subia 0,15%; enquanto o Nasdaq avançava 0,44%;

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NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não iniciou negociação no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale subia 0,66%, enquanto o da Petrobras tinha alta de 1,06%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,40%; a bolsa de Frankfurt tinha alta de 0,50%; a de Paris avançava 0,78% e a de Londres ganhava 0,53%;

Câmbio: o índice DXY subia 0,10%, a 102.16 pontos; o euro oscilava com +0,04%, a US$ 1,0837; a libra cedia 0,26%, a US$ 1,2359; o dólar tinha alta de 0,97% ante o iene, a 129,67 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,438%, de 3,400% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,177%, de 4,139% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,38%, a US$ 1.931,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,56%, a US$ 81,05 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,52%, a US$ 86,61 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 0,76%, a 856,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.