Mercados

Ibovespa hoje: Tensão geopolítica eleva aversão ao risco e contamina mercados

02 ago 2022, 8:02 - atualizado em 02 ago 2022, 8:02
Ibovespa
Ibovespa deve ser contaminado pela aversão ao risco nos mercados globais hoje, em meio à escalada da tensão geopolítica entre Estados Unidos e China (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa deve ser contaminado pela aversão ao risco nos mercados globais hoje. A escalada da tensão geopolítica entre Estados Unidos e China, com o iminente desembarque de Nancy Pelosi em Taiwan, mergulha bolsas e commodities no vermelho.

Ao mesmo tempo, os investidores buscam proteção no dólar e nos Treasuries americanos. 

A visita oficial da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, a primeira à ilha em 25 anos, pode causar graves consequências. Isso em um momento em que as duas maiores economias do mundo capegam.

Na China, a queda do mercado imobiliário, a rotação na demanda global de bens para serviços e a política de “Covid Zero” prejudicam a atividade. Já nos EUA, o Federal Reserve segue disposto em elevar a taxa de juros para domar a alta da inflação

Os investidores tentam, então, decifrar o enigma chinês diante do que Pequim vê como uma provocação de Washington. Mais que isso, a dúvida é saber quanto mais os EUA serão capazes de puxar a corda contra seu principal rival, em um momento em que a zona do euro vive uma crise de oferta de energia por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia

Vale lembrar que Taiwan é considerada pela China uma província rebelde, que serviu de refúgio aos nacionalistas derrotados pelos comunistas em 1949. Por isso, Pequim busca uma reunificação pacífica nos moldes do lema “um país, dois sistemas”, aplicado em Hong Kong desde 1997. 

Que bicho é esse?

Seria então Taiwan um novo “Cisne Negro” aos mercados globais, nos moldes do que foi a pandemia, dois anos atrás?

O termo refere-se a um evento imprevisível que tem uma pequena probabilidade de ocorrência, mas quando ocorre, provoca efeitos imensuráveis. Os mercados sentem até hoje os impactos da disseminação do coronavírus no mundo. 

Porém, desde o governo Trump as relações sino-americanas estão sob crescente tensão.  Foi quando a guerra comercial se desdobrou em uma disputa tecnológica, ganhando contornos de uma nova Guerra Fria.

E isso torna o episódio de agora em Taiwan um “rinoceronte cinza”. 

Trata-se de um evento previsível que tem uma alta probabilidade de ocorrência, mas que ninguém dava muita importância. Se ocorrer, também tem um grande impacto negativo.

Uma característica-chave de um “rinoceronte cinza” é que é possível vê-lo correndo a uma certa velocidade, mas não é muito rápido. Então há um tempo para se preparar para a colisão. 

E é por isso que os mercados adotam uma postura defensiva.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,61%; o do S&P 500 tinha queda de 0,81%; e o do Nasdaq recuava 1,00%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,90%; a bolsa de Frankfurt tinha queda de 1,04%; a de Londres tinha baixa de 0,26% e a de Paris cedia 0,0,85%.

Câmbio: o DXY subia 0,09%, a 105.54 pontos; o euro cedia 0,38%, valendo US$ 1,0224; a libra perdia 0,37%, cotada a US$ 1,2206; o dólar tinha leve queda de 0,53% ante o iene, a 130,91 ienes.

Treasuries: o juro da T-note de dez anos caía a 2,554%, de 2,572% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro subia 0,24%, a US$ 1.792,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 0,86%, a US$ 93,08 o barril, na Nymex.

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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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