Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) hoje dividido entre PEC no curto prazo e Fed no longo prazo

15 dez 2022, 7:58 - atualizado em 15 dez 2022, 8:02
Ibovespa
Ibovespa abre o pregão desta quinta-feira sem motivos para buscar recuperação firme, em meio a incertezas com a PEC e ao tom duro do Fed (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa abre o pregão desta quinta-feira (15) de decisão dos bancos centrais europeus sem motivos para buscar uma recuperação mais firme do que a observada ontem. Enquanto lá fora os mercados globais ainda ecoam o tom duro (“hawkish”) do Federal Reserve; aqui, a votação da PEC da Transição pode ficar para a semana que vem. 

Isso porque o julgamento do orçamento secreto no Supremo Tribunal Federal (STF) azedou o clima na Câmara. É nítida a insatisfação do Centrão com a pauta na Corte, o que criou um cabo-de-guerra entre os deputados. De um lado, o PT tenta, sem votos, incluir emendas à proposta. De outro, os republicanos querem reduzir valor e prazo da PEC.   

Após o voto de Rosa Weber para derrubar o esquema no Legislativo, o julgamento será retomado hoje com o voto dos demais dez ministros do STF. Apesar dos ruídos em Brasília, a expectativa é de que a PEC seja aprovada ainda neste ano. Senão hoje, talvez só na próxima quinta-feira. 

Até lá, os articuladores políticos entram em campo e jogam para furar a resistência de diversos partidos. Daí porque o governo eleito tem acelerado o anúncio dos nomes que farão parte da equipe a partir de 2023. Ontem, o futuro presidente confirmou mais dois nomes que irão compor seu time

Com isso, subiu para sete o total de ministros já anunciados, junto de alguns secretários da área econômica. Vale lembrar que dos 35 ministérios da Esplanada, o PT ficaria com 15. Agora, Luiz Inácio Lula da Silva espera o “aceite” do atual presidente da Fiesp, Josué Gomes, filho de seu ex-vice nos dois mandatos anteriores, para ocupar o MDIC.  

PEC agora, Fed depois

Enquanto os negócios locais ainda sentem o impacto das incertezas do governo eleito no curto prazo, os ativos de risco estão mais preocupados com as perspectivas de longo prazo. Afinal, o Fed deixou claro ontem que não vai mudar o plano de voo tão cedo. 

Por mais que o ritmo de alta da taxa de juros nos Estados Unidos tenha diminuído agora em dezembro, não serão dois ou três meses de inflação mais branda que irão provocar um “pivô”. Portanto, o nível terminal do atual ciclo de aperto será em torno de 5%, porém sem cortes já em 2023. 

Essa sinalização é para evitar um alívio maior das condições financeiras, que jogam contra o trabalho do Fed. Ou seja, os mercados ainda vão precisar sofrer um pouco mais antes de engatar uma melhora consistente. E isso vale também para o Ibovespa e o dólar aqui. 

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha queda de 0,75%; o do S&P 500 caía 1,01%; enquanto o Nasdaq recuava 1,30%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 1,78% no pré-mercado; nos ADRs, o da Petrobras tinha alta de 0,77%, enquanto o da Vale cedia 1,04%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,13%; a bolsa de Frankfurt caía 1,22%; a de Paris perdia 1,24% e a de Londres tinha queda de 0,55%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,50%, a 104.29 pontos; o euro cedia 0,57%, a US$ 1,0621; a libra tinha baixa de 0,74%, a US$ 1,2333; o dólar tinha alta de 0,91% ante o iene, a 136,70 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,491%, de 3,497% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,251%, de 4,218%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro caía 1,63%, a US$ 1.789,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI avançava 0,08%, a US$ 77,34 o barril; o do petróleo Brent crescia 0,11%, a US$ 82,81 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 1,62%, a 817 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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