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Mais perto dos 3 mil pontos, quem segura os fundos imobiliários?

17 maio 2023, 18:28 - atualizado em 17 maio 2023, 18:29
Santander
Índice de fundos imobiliários tem sequência inédita em três anos e fica mais próximo de marca alcançada durante as eleições de 2022 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 atingiu nesta quarta-feira (17) um patamar que não era visto desde maio de 2020, na efervescência da pandemia de covid-19. O Ifix engatou o 15º pregão seguido de valorização e está cada vez mais perto dos 3 mil pontos, nível que não alcança desde outubro do ano passado.

Com isso, o índice de FIIs subiu 0,39% (após ajustes), aos 2.990 pontos. O volume de negócios segue alto na comparação com o registrado na semana passada, alcançando mais de R$ 237 milhões.



“A gente tem visto um fluxo muito favorável para os fundos imobiliários, com volume de negócios acima da média”, comenta o analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo.

Segundo o analista, a onda de otimismo que prevalece no Ifix desde 26 de abril está atrelada à perspectiva de redução de risco fiscal no Brasil, em função do processo de aprovação do novo arcabouço fiscal.

“A curva de juros arrefeceu bem nas últimas semanas e os FIIs, inversamente correlacionados, se valorizam nesse cenário”, comenta. Além disso, esse movimento da curva de juros futuros acompanha a expectativa de queda da taxa Selic, no segundo semestre. Hoje, a taxa está em 13,75% ao ano.

Em três semanas empilhando vitórias, o índice subiu 173 pontos e tem valorização de 6,2%. No acumulado de 2023, a alta do Ifix chega a 4,3%.

Fundos imobiliários de destaque

Entre os fundos imobiliários listados no índice, a maior alta ficou com o Santander Renda de Aluguéis (SARE11), com ganhos de 4,71%. Em contrapartida, mais uma vez, os fundos de papel se destacaram na sessão.

Porém, pelo lado negativo. O Devant Recebíveis (DEVA11) despencou 7,21%, colocando fim em uma sequência de nove pregões seguidos de ganhos.

Araujo, da Empiricus, ressalta que a valorização recente do índice de fundos imobiliários tem influência do segmento “high yield”, com os fundos DEVA11, Versalhes Recebíveis (VSLH11) e  Hectare CE (HCTR11) destacando-se nas últimas sessões. Após liderarem as quedas no mês passado, em meio aos calotes envolvendo CRIs, esses FIIs têm as maiores altas de maio, entre 23,8% e 32,8%.

O Ifix vai subir até quando?

No entanto, com a sequência de 15 altas seguidas sendo a maior em três anos, quando o Ifix chegou a 17 pregões de ganhos, o analista da Empiricus avalia que o mercado deverá continuar antecipando a queda da taxa de juros.

“Mas tem o movimento global e a gente conhece o Brasil. Imprevistos acontecem”, pondera Araujo. “Contudo, como esperamos, a queda da Selic deve ocorrer em ritmo bem gradual. Com isso, não vejo um contexto tão claro de alta substancial do índice no curtíssimo prazo”, acrescenta.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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