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Mercado de orgânicos certificados movimenta cerca de R$ 100 bilhões no país

29 abr 2021, 17:26 - atualizado em 29 abr 2021, 17:26
O mercado de alimentos orgânicos continua crescendo e sendo um dos maiores do mundo (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O interesse da população brasileira por alimentos orgânicos segue em alta, é o que aponta a consultoria Euromonitor Internacional.

O mercado brasileiro de orgânicos certificados movimentou aproximadamente cerca de R$ 100 bilhões no país, em 2020.

A maior cifra para essa categoria de alimentos desde 2006, em relação a 2019 o avanço foi de 3,5%.

O número de unidades de produção de orgânicos cadastradas no Ministério da Agricultura (Mapa) também cresceu em 2020, de acordo com informações da entidade. O aumento foi de 5,4% para 22.427.

Para Tomás Abrahão, CEO fundador da Raízs empresa que conecta o pequeno produtor de orgânicos à mesa dos brasileiros dos grandes centros urbanos –  um dos fatores para o aumento do consumo é a preocupação com uma alimentação mais saudável.

“Com a pandemia, a saúde voltou a ser tema principal na vida das pessoas, e a alimentação é crucial nesse quesito, já que os alimentos orgânicos e saudáveis tendem a aumentar a imunidade e melhorar a saúde”.

A empresa que criou um modelo de venda online de orgânicos frescos que são fornecidos por mais de 800 pequenos produtores dos estados do Amazonas, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, em 2020 o número de clientes saltar de 10 mil para 30 mil.

“Em 2020, vimos o negócio crescer 200% com relação ao ano anterior. Já o faturamento foi 300% na comparação com 2019”, avalia Tomás.

Na compra o consumidor pode escolher por produtos diversos (Imagem/Divulgação)

Vendas on-line 

Produtores concordam que a maior dificuldade decorrente da pandemia foi a realização das feiras. No entanto, outras alternativas, como a venda pela internet ajudou a continuar conquistando clientes.

“Com a dificuldade de realizar feiras livres com segurança para a prevenção da Covid-19 e respeitando os decretos e recomendações passamos a apostar nas entregas a domicílio”, relata Gilliard Mendes, produtor rural.

“Nós realizávamos as feiras de orgânicos em Brasília, mas com a necessidade de um ambiente seguro para aquisição dos alimentos na pandemia, nosso delivery passou a ser bastante solicitado. Enviamos a lista para os clientes eles escolhem o que deseja e depois entregamos”, comenta Gilliard.

Para o consumidor a forma encontrada atende totalmente a necessidade.

Isadora Gomes, consultora de Advocacy o consumo de orgânicos sempre esteve presente em sua vida.

Mas com a pandemia a consultora deixou de frequentar feiras e passou a pedir os alimentos de forma totalmente on-line e  tem seus produtos escolhidos entregues toda terça-feira na porta da sua casa.

“Além de contribuir para a renda de famílias de agricultores da região, consigo manter uma alimentação mais equilibrada tendo alimentos saudáveis e com opções diversas que não são oferecidas pelos varejistas tradicionais. Com o tempo passei a comprar além de frutas e verduras, temperos e itens não perecíveis”, comenta Isadora.

Variedades

Tomás Abrahão avalia que a variedade é um grande diferencial na venda de produtos orgânicos.

“Nossos produtos contam com uma variedade maior e até mesmo não oferecida pelo comércio tradicional; os nossos pedidos podem ser realizados tanto para compras avulsas quanto para as cestas personalizadas entregues na porta do consumidor semanalmente ou quinzenalmente”, explica o CEO fundador da Raízs ..

Na compra o consumidor pode escolher por produtos diversos. Por meio da tecnologia, pode incluir suas preferências a restrições, deixando o pedido totalmente personalizado.

“Somos um mercado saudável. Além dos hortifrutis orgânicos, o consumidor consegue comprar conosco produtos de consumo do lar não só orgânicos, mas também saudáveis e agroecológicos. Ovos, carnes, peixes, frangos, queijos e leites veganos e  hortifrutis higienizados”, conclui.

Entre os alimentos favoritos dos consumidores estão as folhosas e tomate (Imagem: Helena Mazza)

Atualmente a startup atua em toda a capital paulista, Alphaville, Guarulhos, Osasco, Granja Viana e região do ABC, e acaba de expandir para cidades do interior e litoral, como Campinas e região e baixada santista até Maresias, mas também almeja chegar em regiões fora do estado como Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre.

Para o produtor Gilliard a produção orgânica deveria ser mais incentivada.

“Alimentos verdadeiros com qualidade e que promovem a saúde. No Brasil falta incentivo, mas a gente não se preocupa com o governo, mas com os consumidores. Se eles aderirem e pensarem na sustentabilidade do planeta farão com que a produção cresça independente de políticas públicas”, opinou.

“O que estou fortalecendo quando compro? A quem estou promovendo? Dar preferência a produtos orgânicos é valorizar, porque trabalhamos com dificuldades, mas estamos crescendo para levar saúde”,  finalizou.

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