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Mercado está com excesso de euforia, alerta diretor de banco de investimentos

17 ago 2023, 19:05 - atualizado em 17 ago 2023, 19:10
Vinicius Carmona
Para Vinicius Carmona, o Brasil está no caminho para voltar a ter mais investimentos, mas ainda com incertezas (Imagem: Divulgação)

Apesar do otimismo com o corte da taxa básica de juros, a Selic, que o mercado projeta em 11,75% para o fim do ano, segundo o último Boletim Focus, há pontos de alertas pelo caminho, afirma Vinicius Carmona, sócio e diretor de relações com investidores da BR Partners (BRBI11), um dos maiores bancos de investimentos do Brasil, em entrevista ao Money Times.

“Estamos no começo disso tudo [retomada da economia]. Tem mais um excesso de euforia do mercado que estava buscando headlines [pontos] positivos do que um terreno completamente preparado para o plantio”, discorre.

De acordo com ele, o Brasil trilha o caminho para voltar a ter mais investimentos, “mas acho que tem muita incerteza para acontecer lá na frente”.

“Tem riscos políticos. Precisamos lembrar que estamos em um governo que tem projetos fiscais expansionistas. Precisamos entender como isso vai ser feito, como será endereçado. A própria reforma fiscal possui uma série de pontos que não estão claros para o mercado, como a forma de tributação”, coloca.

Melhora de cenário

Mesmo com as ressalvas, Carmona está confiante de que o segundo semestre continuará em ritmo de crescimento, assim como no segundo trimestre. Em sua visão, a queda dos juros em 0,5 ponto percentual foi fundamental para “limpar” o cenário de incertezas que o Brasil vive desde o ano passado.

“Começamos a sentir uma retomada do mercado. O mercado de dívida primário voltando um pouquinho. Nós vimos temperatura melhor na cabeça das empresas no sentido de voltar a executar suas estratégias, ou até mesmo voltar a olhar aquisições”, coloca.

De acordo com o executivo, a queda da Selic cria as condições para as empresas desalavancarem e investirem em tecnologia, produtos e máquinas.

Mesmo assim, o diretor do banco diz que o custo de dívida ainda é “alto”. “Com a expectativa de a Selic chegar aos 12% no final do ano, ainda é muito’, diz.

“Mas eu te diria que esse segundo trimestre foi mais animador que o primeiro. Jogou uma luz para o investidor. Tinha muita coisa parada. O fato curioso, que foi algo rápido, de março em diante, o mercado começou a voltar, os diálogos com os clientes voltaram a ganhar tração”, completa.

Segundo trimestre da BR Partners

No segundo trimestre, a BR lucrou R$ 38 milhões, alta de 16,8% ante o primeiro trimestre e acima do esperado, com melhora na rentabilidade, mas queda de 4% ante o mesmo período do ano passado.

Segundo o Itaú BBA, apesar do trimestre ainda difícil para seu segmento, a empresa conseguiu registrar uma receita sólida em suas principais linhas de negócios.

“O banco tem navegado com boa rentabilidade em tempos turbulentos, então esperamos um ponto de inflexão nos próximos trimestres com a melhora do mercado de capitais”, discorre.

A recomendação do banco é de compra, com preço-alvo de R$ 18. No ano, a ação da BR sobe 31%.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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