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Nem bem o Brasil se ajeitou com a China, agora são os EUA. Haja emoção para Marfrig, JBS e Minerva

18 nov 2021, 14:32 - atualizado em 18 nov 2021, 15:02
Carnes
Carne bovina brasileira sente ameaça agora dos produtores americanos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Brasil nem resolveu a questão com a China e pode ter que enfrentar os Estados Unidos. De fachada, os argumentos dos dois países são os mesmos, mas os reais são econômicos.

A China não compra nada desde os episódios da vaca louca e os produtores americanos pedem agora barreiras sanitárias, mas ambos querem tirar a carne bovina brasileira de seus mercados.

Os chineses, para controlar os preços e domar a inflação. Os pecuaristas americanos, para evitarem um concorrente cada vez mais competitivo no mercado interno. Podem ser novas emoções de fim de ano nesse mercado já bastante sacudido.

Contra a declaração conjunta da National Cattlemen’s Beef Association (NCBA) e a R-Calf USA, conhecida ontem (18), que alegam preocupações com a saúde da população, Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) devem estar atentas a essa altura.

Os três dominam maciçamente as exportações do Brasil para lá, além de os dois primeiros contarem com plantas locais.

Além de poderosos representantes dos criadores – especialmente a primeira – e lobistas de peso, nunca é demais lembrar que a administração Joe Biden não tem nada em comum o governo brasileiro. Muito pelo contrário. Daí que o risco de alguma trava nas importações de carne bovina brasileira sempre pode pairar.

Inclusive com exemplos conhecidos, quando houve bloqueio durante a Operação Carne Fraca – deslanchada por denúncias de irregularidades nos frigoríficos -, em 2017. O Brasil só voltou a ter liberada exportação de carne in natura em fevereiro de 2020.

A carne brasileira já aumentou sua participação, no total importado pelos EUA, em quase 10%, quase dobrando sobre 2020. Até outubro, o País embarcou 95,7 mil toneladas, 96,3% sobre o acumulado do ano passado.

Os três maiores grupos frigoríficos brasileiros demonstram em seus resultados financeiros os ganhos que o mercado comprador americano representa.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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