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“Ninguém obrigou” a Binance a suspender seus tokens acionários, afirma CEO da CM-Equity

16 jul 2021, 14:23 - atualizado em 16 jul 2021, 14:23
Por que diversos reguladores emitiram alertas contra a oferta de tokens acionários da Binance, e não contra a FTX e a Bittrex Global, que oferecem o mesmo serviço também com a ajuda da CM-Equity? (Imagem: Reuters/Darrin Zammit Lupi)

Nesta sexta-feira (16), a corretora de criptomoedas Binance anunciou que não irá mais oferecer a negociação de tokens acionários.

A iniciativa veio de diversos reguladores, incluindo da Alemanha e de Hong Kong, que alertaram sobre a oferta de negociação de tokens acionários (ou “stock tokens) da corretora.

Um porta-voz da Binance disse ao The Block que “a migração de nosso foco comercial a outras ofertas de produto será melhor para nossos usuários” e, assim, a corretora decidiu suspender o serviço.

Agora, Michael Kott, fundador e CEO da CM-Equity AG, uma empresa alemã de serviços financeiros, com 19 anos de atuação, responsável por ajudar no oferecimento do serviço da Binance, também disse ao The Block que era apenas uma decisão comercial.

“A Binance não precisava suspender [o serviço] e eu posso te garantir que ninguém a forçou”, disse Kott. “Decidiu fazê-lo para focar em outros produtos relacionados a cripto, que é o seu principal negócio.”

“Stock tokens”, também conhecidos como ações tokenizadas, são ações em blockchain de empresas negociadas em bolsa. Diferente de ações tradicionais, tokens acionários podem ser comprados em frações — um recurso bem útil para ações caras.

A Binance lançou seu serviço de negociação de tokens acionários em abril deste ano, apesar de parecer que não atraíram muito a atenção de investidores.

O volume total de negociação dos cinco tokens da Binance — COINTSLAAPPLMSFT E MSTR, referentes às ações da Apple (AAPLAAPL34), Coinbase (COIN), Microsoft (MSFTMSFT34), MicroStrategy (MSTR) e Tesla (TSLATSLA34) — é de apenas US$ 1 milhão.

Os tokens listados pela corretora incluíam versões tokenizadas de ações da Apple, Coinbase, Microsoft, MicroStrategy e Tesla (Imagem: Binance)

Outras corretoras têm ofertas de tokens acionários

Uma questão que permanece é por que diversos reguladores emitiram alertas contra a oferta de tokens acionários da Binance, e não contra a FTX e a Bittrex Global, que oferecem o mesmo serviço também com a ajuda da CM-Equity?

Em relação a essa questão, Kott disse que também queria saber qual é a resposta. Ele disse que a CM-Equity é um “instituto financeiro totalmente regulado” e que as ofertas de tokens acionários também estão “em conformidade com as regulações dos mercados financeiros alemão e europeu”.

Quando perguntado se a oferta de tokens acionários da Binance era diferente da FTX e da Bittrex Global, Kott disse que seus serviços são “idênticos”, mas têm nomes diferentes.

FTX e Bittrex Global estão “felizes com esse produto”, garantiu Kott, acrescentando que essas corretoras têm “diferentes perspectivas e abordagens de mercado que faz com que tomem decisões comerciais diferentes”.

A própria CM-Equity irá criar seu próprio portal de tokens acionários para residentes do Espaço Econômico Europeu (EEE) e Suíça. Hoje, a Binance disse que seus usuários nessas regiões podem utilizar esse portal quando for lançado.

“Esses usuários podem movimentar seus saldos de tokens acionários à CM-Equity AG quando o novo portal for criado”, disse a Binance.

“A previsão de lançamento do portal está prevista para daqui a aproximadamente duas a quatro semanas antes do dia 15 de outubro de 2021 e outras medidas de identificação de clientes (KYC) serão exigidas pela CM-Equity AG para completar a transição.”

A Binance está no centro da atenção global regulatória nas últimas semanas. Agências governamentais nos EUAReino UnidoItáliaJapãoTailândia, Polônia, Ilhas Cayman e Brasil já emitiram alertas recentes ou tomaram medidas contra a corretora.

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