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Oi está executando plano de recuperação de maneira impecável, afirma BTG

23 out 2020, 21:42 - atualizado em 23 out 2020, 21:54
Oi OIBR3
Para a equipe de análise, a tele está acertando na condução da venda de ativos, uma das principais medidas da Oi para se reerguer (Imagem: Divulgação/Oi)

Parece que os ventos mudaram para a Oi (OIBR3;OIBR4), pelo menos na visão do BTG Pactual. De acordo com relatório do banco, a tele está executando o seu plano de recuperação judicial, aprovado no último dia 8 de setembro, de maneira impecável.

Os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Ricardo Cavalieri tiveram uma conversa com o CEO da operadora, Rodrigo Abreu, o CFO, Camille Faria, e o IRO Marcelo Ferreira para falar sobre os rumos que empresa deve tomar daqui para frente.

Segundo a equipe de análise, a tele está acertando na condução da venda de ativos, uma das principais medidas da Oi para se reerguer. A data para o leilão das torres e data ceters, por exemplo, está marcado para ocorrer no dia 26 de novembro.

“Ambos os ativos já receberam ofertas firmes de R$ 1,1 bilhão e R$ 325 milhões, respectivamente”, disseram.

No caso da operação móvel, que deve levantar, no mínimo, R$ 16,5 bilhões, ainda não há uma data definida para o leilão.

Já a venda da infraestrutura está sendo realizado pelos potenciais licitantes e deverá terminar em novembro.

“A expectativa da empresa é que lances firmes sejam feitos até o final do ano e o leilão aconteça no primeiro trimestre de 2021”, pontuaram.

O preço mínimo aprovado pelos credores para esse ativo é de R$ 20 bilhões.

OI OIBR3 OIBR4
A empresa tem passado fibra na frente de 400 mil novas residências todos os meses e conectado de 120 mil a 130 mil novos clientes (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

Novos negócios

De acordo com a equipe de análise do BTG, a Oi acredita que terá mais de 2 milhões de clientes FTTH (banda larga de fibra ótica) conectados à sua rede até o final do ano (encerrou setembro com 1,7 milhão de clientes) e 9 milhões de domicílios passados com fibra.

Além disso, a empresa tem passado fibra na frente de 400 mil novas residências todos os meses e conectado de 120 mil a 130 mil novos clientes.

“O desempenho tem sido tão bom que vai aumentar os investimentos para acelerar o número de novas residências passadas por mês para 500 mil”, afirmaram.

Os analistas pontuaram que 80% de todas as novas adições são novos usuários de banda larga ou vêm de concorrentes, grandes e pequenos.

Dívidas

A dívida da Oi, um dos principais entraves da empresa, encerrou o segundo trimestre em R$ 42 bilhões e, pelas estimativas da Oi, um valor presente líquido de R$ 26 bilhões.

“A dívida com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social), de R$ 4,4 bilhões, deve ser quitada com o produto da venda da operação móvel. A empresa também planeja quitar o empréstimo-ponte muito caro de R$ 3,6 bilhões que a empresa obteve no início do ano”, argumentaram.

Eles também lembraram que a companhia deve pagar os bancos e agências de crédito de exportação aplicando o desconto de 55% aprovado na assembleia geral de credores – valor de face de R$ 18,5 bilhões e desembolso de caixa de R$ 8,3 bilhões.

“Feitos esses pagamentos, a empresa ainda carregará R$ 9,8 bilhões em títulos denominados em dólar com prazo de 7 anos e cupom de 10% e livremente negociados no mercado”, argumentaram.

5G

Em relação ao leilão do 5G, que tem suscitado discussões intensas no governo, a empresa informou que está interessada em participar, mas focará em peças regionais, oferecendo o serviço fixos sem fio em áreas escassamente povoadas.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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