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Os bancos que podem pagar a conta de R$ 20 bi da Americanas (AMER3)

13 jan 2023, 16:23 - atualizado em 13 jan 2023, 16:23
Bancos, Americanas, Ações, Ibovespa
Os bancos credores da Americanas podem ser os responsáveis por pagar rombo contábil de R$ 20 bilhões da varejista (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Os bancos credores da Americanas (AMER3) podem ser os responsáveis por pagar rombo contábil de R$ 20 bilhões da varejista, conforme calculou o Bradesco BBI no pior cenário para o caso.

Segundo Gustavo Schroden e equipe de analistas do BBI que assinam o relatório, o risco para os bancos estaria relacionado ao forfait, ou risco sacado, que envolve as negociações de crédito com os bancos para pagar os fornecedores da varejista.

Sérgio Rial, ex-CEO da Americanas, afirmou em vídeo que na sua avaliação o risco sacado não era lançado como dívida na folha da companhia.

Nesse sentido, os analistas calculam que os principais riscos para os bancos estão ligados a essas operações forfait e não às tradicionais linhas de empréstimos e financiamentos, “pois eles são os credores dessas operações enquanto a AMER3 é a devedora”.

Impacto nos bancos

O BBI ressaltou que ainda há pouca visibilidade sobre como os credores seriam impactados em termos práticos pelo rombo da Americanas, mas o pior cenário seria os bancos tendo que dar baixa em R$ 20 bilhões.

Assim, a partir da exposição de cada banco brasileiro ao setor de varejo, os analistas calcularam que o Santander (SANB11) e o BTG Pactual (BPAC11) seriam os que pagariam a maior parcela do rombo.

O segmento da Americanas representa cerca de 7% da carteira de crédito de cada um, o Itaú (ITUB4) e o Banco ABC (ABCB4) tem cerca de 3% do portfólio de crédito ligado ao varejo, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) tem aproximadamente 2%.

O Inter Research fez o mesmo cálculo do pior cenário, no qual os bancos seriam os responsáveis por cobrir a inconsistência contábil.

Matheus Amaral, analista da corretora, realizou um teste de stress em que considerou uma baixa de toda a carteira dos bancos [que o Inter cobre] exposta ao setor de varejo e uma baixa total limitada de R$ 20 bilhões para cada um, a fim de resultar hipoteticamente o limite de uma redução de equity em cada um.

Os bancos de maior exposição ao setor de varejo seriam o Santander e Bradesco (BBDC4), considerando a cobertura do Inter.

A partir das métricas utilizada pelo analista, a participação do varejo na carteira do Bradesco é de 5,9%, enquanto o segmento representa 12,4% do portfólio do Santander.

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Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
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