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Petrobras: preço livre é legal, mas prêmio zero não

05 jul 2017, 10:31 - atualizado em 05 nov 2017, 14:00

Tricon

A nova política de preços da Petrobras, que a deixa livre para precificar os seus combustíveis sem interferência estatal, foi muito bem recebida pelo mercado. Desde a segunda-feira (3), a área técnica de marketing e comercialização pode mudar os preços a qualquer momento, inclusive diariamente.

A ideia da gestão de Pedro Parente, segundo mostra o comunicado, é “permitir uma maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará à companhia competir de maneira mais ágil e eficiente”. O banco Credit Suisse, contudo, ressalta que essa estratégia pode acabar por reduzir as margens da companhia.

Os analistas André Natal e Régis Cardoso pontuam que a mudança mais frequente não quer dizer necessariamente que a estatal estará perseguindo a manutenção de um prêmio estável para os combustíveis.

Importações

“A Petrobras pode optar por ampliar ou reduzir os prêmios em qualquer momento e apresentar qualquer nível de volatilidade aos prêmios de preço, conforme necessário para maximizar o valor em suas operações de refino”, avaliam Natal e Cardoso em um relatório enviado a clientes com o título “Volatilidade é ótima, mas prêmio zero não”.

Eles ressaltam que o corte de 5,9% para a gasolina e de 4,8% para o diesel, feito na sexta-feira (30], deixou a empresa em um nível de prêmio zero, algo que foi visto como um “movimento drástico” para impedir o momento de crescimento de participação de mercado dos importados. Os valores foram novamente reajustados na segunda-feira (3), desta vez para cima, em 1,8% e 2,7%, respectivamente.

Para o UBS, a Petrobras não conseguirá deter as importações de combustíveis, mas acabará por reduzir as margens. “Não vemos a importação de combustível sendo reduzida por grandes participantes (como Blueway, Oil Trading, BCI, Tricon), pois isso é estrutural, em nossa visão. A margem de importação, porém, pode ser menor do que é agora”, afirma o analista Luiz Carvalho.

“As importações tomaram tanta participação que a estratégia de manter os prêmios de preço está no limiar de tornar-se economicamente inviável, em nossa visão. É importante notar, no entanto, que o prêmio zero não é a melhor opção econômica.  A Petrobras deve, de fato, calibrar os prêmios de preços para encontrar o melhor equilíbrio entre perda de mercado e prêmios”, conclui o Credit Suisse.

Ações

Para o analista Christian Audi do Santander, a nova metodologia irá aumentar a correlação das ações com o preço internacional do petróleo. “Além disso, como as revisões deverão ser diárias, os futuros anúncios de reajuste nos preços dos combustíveis deverão diminuir seu impacto sobre as cotações das ações da Petrobras“, avalia.

Credit Suisse, UBS e Santander recomendam a compra das ações.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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