Economia

PIB 3T22: ‘Inverno está chegando na economia brasileira’, avaliam analistas

01 dez 2022, 11:07 - atualizado em 01 dez 2022, 11:07
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A atividade econômica desacelerou no terceiro trimestre, com o PIB passando de 1,2% para 0,4%.  (Imagem: Shutterstock/Montagem: Julia Shikota)

No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,4%. No entanto, a atividade econômica desacelerou, quando comparada com a alta de 1,2% registrada no segundo trimestre.

O resultado do PIB veio abaixo da expectativa do mercado, que era de 0,6%. Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, destaca que o terceiro trimestre é historicamente mais fraco que os demais.

“É como uma virada de ciclo para o final do ano com as empresas se organizando para a reta final, o que gera uma grande expectativa”, afirma.

O problema é que os dados da economia mostram que boa parte dessa expectativa do mercado não se confirmou no terceiro trimestre e apontando para uma decepção ainda maior no quarto trimestre.

“O terceiro trimestre veio ainda mais abaixo do esperado e indica que o inverno está por vir na economia brasileira”, analisa.

Abrindo os dados

Em bases trimestrais, a única queda no PIB foi registrada pelo setor agropecuário (-0,9%). Em contrapartida, a indústria registrou alta de 0,8%, enquanto o setor de serviços teve expansão de 1,1% no período.

Ilan afirma que o setor de serviços tem sido a mola do crescimento nos últimos meses, pois depende, em sua maioria, da circulação da renda já existente ou fornecida.

Ou seja, não é preciso a criação de produtos ou investimento em produção e tem menor dependência do câmbio para que esse setor performe bem, como é no caso da indústria.

“Os consumidores estavam bem empolgados com os auxílios na economia com mais dinheiro para gastar e o setor de serviços consegue capturar bem esse movimento, sendo mais uma vez um dos destaques da economia.”

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias registrou expansão de 1%. Já o consumo do governo registrou elevação de 1,3% entre julho e setembro.

Por fim, a formação bruta de capital fixo (FBCF) no país aumentou 2,8% no terceiro trimestre de 2022.

“Sobre as aberturas, do lado da demanda, surpreendeu positivamente o desempenho da da FBCF que avançou 2,8% em relação ao trimestre anterior, enquanto do lado da oferta, destacamos a queda do setor agropecuário”, afirma Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos.

PIB 2023

Para o ano que vem, o mercado não está tão confiante. Vale lembrar que os principais parceiros comerciais do Brasil estão com os freios de mão puxados e isso vai contribuir para uma menor atividade econômica.

Entre os fatores que estão pesando, os principais são a inflação elevada dos Estados Unidos, que obriga o Federal Reserve a elevar as taxas de juros. A guerra entre Ucrânia e Rússia também está inflacionando o preço de commodities como petróleo e grãos.

Por fim, a China segue com a sua política da covid zero, com lockdowns gerando revolta na população e esfriando a economia local.

Guilherme afirma que a Ativa Investimentos revisou as projeções de PIB para 2022 de 3,1% para 2,9%.

“Ainda projetamos desaceleração na margem ao longo do segundo semestre, com crescimento de 0,4% no 4T22. Para 2023, passamos a projetar um PIB de 0,8%, ante de 0,9%.”

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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